Santos e São Caetano fazem duelo mental no Morumbi

O São Caetano e Santos fazem neste domingo (29), às 16h, o primeiro duelo para conquista do título do Campeonato Paulista. O time santista quer conquistar seu 17.º título paulista e necessita de uma vitória para não entrar pressionado no segundo jogo, no próximo domingo, após a viagem à Venezuela, onde enfrentará o Caracas, pelas oitavas-de-final da Copa Libertadores, na quarta-feira.

Já o Azulão vai se propor a atacar e defender nos 180 minutos. O plano do técnico Dorival Júnior é manter a mesma disposição tática usada durante a competição e, nesse aspecto, inclui chegar ao ataque e não dar espaço para os santistas.

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“Falei muito com os jogadores durante a semana que não podemos ficar só lá atrás nos defendendo. Não é fácil segurar o sufoco de um time tão técnico e de qualidade como o do Santos”, diz Júnior.

Ele voltou a pedir “iniciativa” de seus comandados e atenção redobrada na marcação. Durante toda a semana, o técnico reforçou os treinos táticos, corrigindo o posicionamento e alertando sobre a movimentação dos adversários. Avisou também que não fará nenhuma marcação individual, mesmo porque “são vários jogadores que nos preocupam, como o Zé Roberto e o Tabata”, praticamente adivinhando o que o Santos pretende na partida.

O treinador fez coro ao que disse Antônio Carlos: a decisão do título não vai acabar neste jogo. “Estamos numa decisão de 180 minutos, como já aconteceu nas semifinais diante do São Paulo”.

Em relação ao time, Júnior preferiu manter o suspense na escolha dos substitutos do volante Glaydson e do meia Canindé, suspensos com três cartões amarelos. Nos treinos da semana, Galiardo foi o mais utilizado como volante, deixando com menos chance o seu concorrente, Marabá. Na meia, Ademir Sopa é mais cotado do que Leandro Lima, de características mais ofensivas.

O time iniciou o regime de concentração na sexta-feira à noite, depois de treinar debaixo de frio e chuva. Neste sábado (28) houve um recreativo e depois o isolamento para a decisão.

Santos quer o bi

Caso conquita o campeonato, o clube santista será bicampeão paulista, 38 anos após a conquista do último tri, em 1967/68/69. Os dois empates por 0 a 0 e as fracas atuações nas semifinais com o Bragantino ainda não foram esquecidos pelos jogadores santistas, que se sentem na obrigação de dar uma resposta. Reconhecem que a vantagem dos dois empates não pode ser desprezada, porém sabem que agora, ao contrário do jogo contra o Bragantino, não basta se defender porque não terão pela frente um adversário defensivo.

“É importante uma vitória no primeiro jogo, mas não podemos nos esquecer que a decisão será em duas partidas. Não é preciso entrar em campo pensando em decidir logo na primeira”, disse Antonio Carlos, argumentando que o elenco santista é muito bom e pode superar as dificuldades, como, por exemplo, enfrentar o Caracas na quarta-feira com uma formação alternativa, sem prejuízo para o futuro do clube na Libertadores, hipótese que está sendo considerada por Vanderlei Luxemburgo.

Depois que o São Caetano despachou o São Paulo com uma goleada em pleno Morumbi, o Santos passou a encarar o jogo da final de outra forma, sem se sentir na obrigação de vencer por estar enfrentando um time pequeno, mesmo sabendo ser superior. “Quando chega para decidir, o Santos é sempre favorito”, afirmou Antonio Carlos.

Cléber Santana complementa: “Vamos ter que errar menos para evitar uma possível surpresa. Mesmo com dois desfalques, o São Caetano é forte. Tem bons laterais e meias, além disso, conta com Somália, que é o artilheiro do Campeonato.”

Nos dois treinos com bola da semana, Luxemburgo valorizou o ensaio de cobrança de escanteios e de faltas próximas à área, mandando Antonio Carlos, Adailton e Cléber Santana, seus melhores cabeceadores, se enfiarem entre os zagueiros adversários. O resultado foi tão bom que ele contrariou o velho hábito de fazer suspense com a escalação do time.

O técnico antecipou, na sexta-feira à noite, que Dênis está confirmado no lugar de Pedro e Rodrigo Tabata no de Rodrigo Tiuí. Com o retorno de Dênis, Luxemburgo pretende deixar o time mais forte no apoio pela direita, embora com a saída de Pedro perca um bom finalizador de fora da área.

A entrada do meia Rodrigo Tabata, improvisado como atacante, é para a equipe ficar mais forte no meio-de-campo, com um jogador leve e de muita movimentação. Pelo que mostrou nos treinos de quinta e sexta-feira, Marcos Aurélio vai atuar mais pelo meio, para prender dois zagueiros do adversário.

Tabata vai ser o jogador do meio que vai ficar mais perto de Marcos Aurélio, abrindo espaço para a chegada de Zé Roberto e Cléber Santana. Mas o principal motivo de sua escalação é evitar que a marcação sobre Zé Roberto seja tão rigorosa, a ponto de anular o principal jogador de criação do time, como aconteceu nas duas partidas diante do Bragantino.

Ficha técnica

São Caetano: Luiz; Paulo Sérgio, Maurício, Thiago e Triguinho; Galiardo, Luiz Alberto, Douglas e Admir Sopa (Leandro Lima); Luis Henrique e Somália. Técnico: Dorival Júnior.

Santos: Fábio Costa; Denis, Adailton, Antonio Carlos e Kleber; Maldonado, Rodrigo Souto, Cléber Santana e Zé Roberto; Rodrigo Tabata e Marcos Aurélio. Técnico: Vanderlei Luxemburgo.

Árbitro: Paulo César de Oliveira

Horário: 16 horas

Local: Morumbi

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