ABC - quarta-feira , 7 de maio de 2025

Confira os destaques da música brasileira em 2007

O ano de 2007 foi interessante para a música brasileira. Constatou que nomes que até então eram promessa já se consolidam no cenário. Foi o caso de Roberta Sá e Fabiana Cozza – ambas aportaram com o segundo disco e confirmaram o talento. Foi também um ano da, digamos, retomada do samba, em que Maria Rita se rendeu ao estilo e registrou um bom disco. Chamou atenção ainda a Orquestra Imperial, que, apesar de ter cinco anos de carreira, lançou o primeiro álbum somente em 2007. Nem tão conhecida em seu próprio país, a jazzista Luciana Souza agradou mais uma vez com seu “New Bossa Nova”.

E 2007 terminou com agradáveis surpresas, como os novos CDs de Siba e Arnaldo Antunes. Trouxe também uma nova Fernanda Takai (Pato Fu) recheada de candura para interpretar canções que foram sucesso na voz de Nara Leão. Uma das mais recentes hitmakers, Vanessa da Mata, reforçou seu potencial com seu terceiro disco, “Sim”, que ficou marcado por uma das músicas mais tocadas do ano: “Boa Sorte/Good Luck”, com participação de Ben Harper.

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Confira os destaques

Roberta Sá (“Que Belo Estranho Dia Pra se Ter Alegria”): A cantora potiguar, que se lançou no mercado com “No Braseiro”, em 2004, já tinha chamado atenção de público e crítica. Mas, com o segundo disco, feito apenas três anos depois, Roberta Sá mostrou maturidade e talento ao explorar ainda mais o samba, com belas composições de, entre outros, Roque Ferreira, Junio Barreto e Moreno Veloso, escudada por uma voz incrivelmente afinada.

Fabiana Cozza (“Quando o Céu Clarear”): Essa paulistana que despontou no Ó do Borogodó veio bem acompanhada em seu segundo disco. Trouxe a dama Dona Ivone Lara para interpretar com ela a canção “Doces Recordações” e os cubanos Yaniel Matos e Julio Padrón, em “Agradecer e Abraçar”. Bons sambas também são “Incensa”, de Roque Ferreira, que comparece ainda com a faixa-título.

Maria Rita (“Samba Meu”): Depois de dois discos mais voltados à MPB, Maria Rita deu de ombros para o status de “diva intocável”, se apaixonou pelo samba, pegou sua bagagem e se mudou para o Rio de Janeiro. Mais leve e descontraída, ela pediu humildemente, passagem com a faixa-título “Samba Meu”, de Rodrigo Bittencourt, e trouxe um disco acertado. Entre os destaques, a composição de Gonzaguinha (“O Homem Falou”) e a sensual “Tá Perdoado”, de Arlindo Cruz.

Orquestra Imperial (“Carnaval Só Ano que Vem”): A despojada big band carioca, enfim, registrou seu primeiro disco. Com cinco anos de carreira, somente em 2007 os brasileiros puderam conhecer mais o grupo, que conta com duas belas vocalistas – Nina Becker e Thalma de Freitas – e músicos muito competentes. Dentre eles, Wilson das Neves, Kassin e Domenico Lancellotti. Destaque para a divertida gafieira “Ereção” e a tropicalista “Supermercado do Amor”.

Luciana Souza (“New Bossa Nova”). Luciana Souza é, como Bebel Gilberto e Cibelle, dessas cantoras que fazem mais sucesso lá fora do que em seu próprio país. Já foi indicada ao Grammy, ganhou importantes prêmios e agradou novamente com seu disco “New Bossa Nova”, onde fez leitura minimalista de belas canções em ritmo de bossa nova. Corajosa, regravou o clássico de Tom Jobim, “Águas de Março”, em inglês (“Water of March”). E emocionou com “Never Die Young”, com participação de James Taylor. Uma pena que os brasileiros ainda conheçam pouco dessa talentosa cantora.

Siba (“Toda Vez que Eu dou Um Passo o Mundo Sai do Lugar”): Em seu segundo disco com a banda Fuloresta, o cantor, compositor e instrumentista pernambucano Siba avançou ao dosar a tradição da Zona da Mata com aspectos da cidade grande – fruto de seu tempo com o Mestre Ambrósio. O álbum teve fina companhia da paulistana Céu, de Beto Vilares, Lúcio Maia (Nação Zumbi) e Fernando Catatau (Cidadão Instigado), além de um belo encarte, presente dos grafiteiros paulistanos Os Gêmeos. Com maracatu, coco, baião, samba e frevo, Siba trouxe um disco que é pura poesia harmônica e popular.

Arnaldo Antunes (“Ao Vivo no Estúdio”): Poucos alcançam a proeza de fazer um disco ao vivo e ainda assim se destacar. Mas Arnaldo Antunes conseguiu. Com “Ao Vivo no Estúdio” ele resgatou canções de “Qualquer” (2006) e incluiu outras mais antigas do repertório, como “Não Vou me Adaptar”, “Eu Não Sou da Sua Rua” e a fase tribalista com Marisa Monte e Carlinhos Brown. É verdade que o registro visual ficou mais interessante, pelo recurso expressionista alemão, gravado em preto e branco, mas o CD é digno de menção honrosa.

Fernanda Takai (“Onde Brilhem os Olhos Seus”): A vocalista do Pato Fu silenciou aqueles que desdenhavam seu conteúdo pop com a banda mineira. Em disco-solo, ela homenageia uma das cantoras ícones da bossa-nova, Nara Leão, e traz a similar candura para canções como “Debaixo dos Caracóis de Seus Cabelos”, “Lindonéia”, “Insensatez” e “Diz que Fui por Aí”. Belo projeto, idealizado por Nelson Motta. (AE)

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