Professora recebe Prêmio Arte na Escola Cidadã por unir estudantes e comunidade

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Aproveitar da Agenda 2030 e da arte para potencializar a educação de estudantes do terceiro ano do ensino médio gerou a conquista do Prêmio Arte na Escola Cidadã, entregue no dia 8 de agosto, pelo Instituto Arte na Escola, para o projeto “Que Diferença Você Quer Fazer no Mundo?”, realizado na EE Doutor Fausto Cardoso Figueira de Mello, em São Bernardo. Desenvolvido em 2023, o projeto criou oportunidade para que jovens em fase final de escola desenvolvessem ideias para elevar a qualidade de vida da cidade, em parceria com o poder público e privado, bem como com a comunidade.

Atualmente professora da Escola Estadual Professora Anésia Loureiro Gama, também em São Bernardo, Débora Eliza Freitas comenta ao RDtv sobre como foi desenvolver o projeto do zero e convencer os alunos de como poderiam fazer a diferença. “Quando iniciei o projeto em sala, disse que vão amar a Agenda 2030. Comecei a desenvolver a ideia do projeto em 2021, quando percebi que haveria modos de introduzir os compromissos da Agenda 2030 no dia a dia, nem que fosse em pequenas ações. Com isso, estimulei os alunos a identificar problemas na onde moravam e como solucioná-los com uma das ODS do guia”.

A Agenda 2030 é um guia para a comunidade internacional e um plano de ação para colocar o mundo em um caminho mais sustentável e resiliente até 2030. O plano indica 17 ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) e 169 metas para erradicar a pobreza e promover vida digna para todos.

Com o pontapé inicial, Débora comenta que houve muitas reuniões e desentendimentos para mostrar aos alunos o potencial do projeto. A partir deste ponto, ela diz que os alunos reconheceram os problemas que haviam em regiões próximas de suas casas e que pessoas reclamavam do mesmo problema, o que gerou propósito para as ideias.

“O adolescente não muda, e principalmente no início do projeto muitos alunos se mostraram resistentes à proposta. Ao longo do projeto, houve desentendimentos nos grupos e coube a mim, como mediadora de conhecimento, tranquilizá-los sobre como entender os problemas e arranjar soluções, principalmente em etapas mais complexas que envolviam documentações e um entendimento mais aprofundado de determinado assunto”, explica Débora.

Surgiram 5 projetos diferentes na mesma turma. Dentre os que mais tiveram destaque, “Salva Quadra” agiu na reforma da Praça Livio Grotti, no bairro Paulicéia e movimentou a comunidade escolar e os vizinhos do entorno da escola. “Sonhos e Poesias” criou uma peça teatral para apresentar a Agenda 2030 para crianças em tratamento de câncer na Casa Ronald McDonald. Durante o trabalho, os estudantes se aventuraram em outras esferas culturais graças aos trabalhos anteriores da professora, como no grafite, cinema documental e de animação, teatro infantil, lambe-lambe, campanhas sociais para mídias digitais, arte e história dos negros no Brasil e arte ambiental.

Além dos benefícios que vieram de consequências do “Que Diferença Você Quer Fazer no Mundo?”, a professora identificou outras melhoras em relação ao comportamento dos alunos, como maior intenção em prestar o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) e demais vestibulares de faculdades, maior interesse pelas aulas e aumento na taxa de presença dos alunos participantes. Débora comenta que em agosto inaugura o Instituto Educação é Tudo, que pretende acolher jovens para incentivar a busca por aplicar o conhecimento em prol da comunidade, para continuar com o projeto que está ação da escola que lesiona, para alunos dos sexto ao nono ano do ensino fundamental.

“Quando entrava em sala de aula, visualizava muitos jovens desanimados e sem noção de pertencimento. Esse projeto os colocaram como protagonistas de uma ação, que ao desenvolver e finalizar, transforma o mundo que esta e possibilita que multiplique a atitude para outros lugares, como em casa com a família. Esse é o lado mágico de ser professor”, comenta Débora.