A novela sobre a saída de Ribeirão Pires, São Bernardo e São Caetano, do Consórcio Intermunicipal Grande ABC começará antes da retomada oficial dos trabalhos nos legislativos. Em entrevista ao RDtv nesta sexta-feira (20/01), o líder de governo no Legislativo sul-sancaetanense, Gilberto Costa (Avante), revelou que na próxima semana fará uma reunião com o prefeito José Auricchio Júnior (PSDB) para debater as pautas que podem ser votadas em uma sessão levante e confirmou que a saída da entidade regional está entre os pontos que serão debatidos.
O pedido de saída foi divulgado há exato um mês pelos três municípios. O prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), já enviou documento para a Câmara para oficializar a saída. No caso de São Caetano, o pedido será para a autorização para este fim. Além disso, Auricchio já informou nesta semana que a cidade também deixará a Agência de Desenvolvimento Econômico do ABC.
Caso a sessão levante seja convocada, Gilberto Costa lembra que o presidente da Câmara de São Caetano, Pio Mielo (PSDB), terá que formar uma comissão especial para analisar todos os projetos, pois as comissões permanentes só terão sua formação definida na primeira sessão ordinária, no dia 7 de fevereiro.
Sobre as comissões permanentes, a ideia é manter a representatividade das bancadas, mas com uma simples troca. Os vereadores que estavam nestes grupos e que agora estão na Mesa Diretora vão ceder o espaço para os ex-integrantes da Mesa. Tal fato também será debatido entre a bancada governista, que forma maioria, e Auricchio na próxima semana.
Contenção

Gilberto Costa também comentou sobre o decreto municipal de contingenciamento de R$ 83,7 milhões do orçamento deste ano. O vereador segue o entendimento do Poder Executivo que quer esperar as próximas ações dos governos Estadual e Federal para entender como ficará o cenário econômico futuramente.
“Quando se fala em economia, quando se fala em contingenciamento, quando você fala em apertar o cinto, você sempre está pensando no hoje, no amanhã e no lá na frente. Trabalhamos com perspectivas muito boas no cenário Brasil, agora isso precisa virar realidade. O ano só está começando. E se chegar em junho e toda a economia virar de cabeça para baixo? Então temos que ser prevenidos, precavidos para conseguir tocar a cidade de janeiro a dezembro sem problema nenhum”, explicou.
O parlamentar também reforça a preocupação sobre mudanças tributárias que vão atingir diretamente os municípios. Uma delas é a possibilidade do ISS passar para as mãos da União e depois ser repassado para as Prefeituras, mas com a distribuição sendo realizada por habitante, o que pode fazer com que São Caetano perca 20% de sua receita com este tributo e assim ter um prejuízo em seu orçamento futuro.
(Entrevista feita por Wilson Guardia)