A primavera é conhecida como a estação das flores, quando as plantas nos jardins florescem, mas não é exatamente principal época do ano quando se fala em produção de flores para o mercado de consumo. Os processos produtivos hoje, com estufas e outros avanços tecnológicos fazem a produção se manter praticamente o ano inteiro, mesmo assim a expectativa é de vendas maiores em pelo menos 10%, pelo menos essa é a previsão da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André) que mantém o Mercado de Flores que atende o varejo e o atacado. Já os comerciantes do setor não esperam melhorias pelo menos o Dia de Finados, em novembro.
As datas mais importantes para esse tipo de comércio são o Dia das Mães, Dia dos Namorados e Dia de Finados. Nestas épocas os preços sobem bastante, fora esses períodos o consumidor pode encontrar preços melhores. Para o engenheiro agrônomo da Craisa, Fábio Vezzá Benedetto, como o inverno foi muito rigoroso neste ano a expectativa é grande e somada com o arrefecimento da pandemia da covid-19 e setores como o de festas e casamentos, que são grandes consumidores voltando a realizar eventos, a expectativa é boa para esta primavera. “Espera-se vender mais, entre 10% e 15% mais”, prevê.
O Mercado de Flores da Craisa tem 32 estandes e funciona às terças e sextas-feiras das 17h às 21h. Em média são vendidos 300 maços de 30 rosas cada por feira, 250 orquídeas de vaso e aproximadamente mil vasos de suculentas. “Com esse retorno das festas e outras atividades que ficaram paradas na pandemia, vários produtores voltaram a produzir. Outro fator que pode ajudar é que as escolas, costumam realizar festas para celebrar a chegada da primavera”, analisa.
Mesmo com essas festas voltando a acontecer, do outro lado, na ponta do varejo, o otimismo não é tão grande. Com 40 anos de experiência no ramo, Florismundo Costa, é proprietário da Thalyta Garden e diz que os preços estão muito altos, e o setor luta para sobreviver. A Thalyta tem cinco lojas de rua em Diadema e seis quiosques em supermercados de São Bernardo e Santo André.
“Muitos produtores pequenos abandonaram a produção durante a pandemia. Muito do que a gente compra vem dos leilões de Holambra, que domina o mercado. As flores têm cotação diária, como no mercado financeiro. A produção não depende da época do ano, hoje é tudo mecanizado, com estufas climatizadas e tudo tem a mão de laboratórios que aceleram a produção, o crescimento e a abertura das flores. Como a gente compra em um leilão hoje uma rosa pode custar R$ 1, amanhã R$ 3, daí vem a dificuldade para o lojista, essas oscilações. A gente não pode passar um arranjo de R$ 80 para R$ 160 que não vai vender então a gente reduz a margem de lucro para não perder”.
Para Costa, em as datas importantes estão conseguindo salvar o setor. “O Dia dos Namorados desse ano, por exemplo, foi um os piores que já tivemos”, comenta e ele culpa os preços. “Antes da pandemia, itens que pagávamos R$ 25 hoje custam R$ 110”, contabiliza.