Cerca de 200 trabalhadores na Karmann Ghia (foto), em São Bernardo, juntamente com o Comitê Sindical, decidiram na manhã desta sexta-feira, dia 13, iniciar um acampamento no interior da fábrica. A mobilização tem como objetivo assegurar os direitos dos trabalhadores e deve durar por tempo indeterminado, até que a Justiça decida qual a situação legal da companhia, premissa para que eventuais grupos interessados na empresa possam adquiri-la em definitivo. “Vamos permanecer em luta até que se tenha uma solução para o impasse judicial vivido pela empresa e que as pendências financeiras com os trabalhadores sejam resolvidas.
Não vamos aceitar que os companheiros sejam prejudicados pelos gestores atuais ou futuros da fábrica”, explica Carlos Caramelo, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
Há cerca de um mês, os proprietários da empresa de autopeças iniciaram uma negociação com o grupo Gitan Incorporação e Construção para venda da fábrica. De acordo com Caramelo, o grupo interessado já havia, inclusive, feito contato com o comitê sindical para discutir a formas de quitar o passivo com os trabalhadores, que inclui pagamento de salários e benefícios atrasados. No entanto, um impasse jurídico entre os atuais e os antigos proprietários colocou em suspenso a negociação. “Essa insegurança jurídica deixa os trabalhadores numa situação ainda mais difícil. Queremos saber quem vai pagar as dívidas para com os empregados, aqueles que viabilizaram a sustentação da fábrica até o momento”, ressalta Caramelo.
Segundo o dirigente, tem havido uma falta de respeito da empresa com os trabalhadores ao atrasar salários e férias, retirar direitos e não cumprir promessas e essa situação não pode continuar. “Temos hoje 320 trabalhadores na fábrica com salários vencidos e 260 trabalhadores demitidos que ainda não tiveram suas indenizações quitadas. Vamos permanecer acampados e pressionar para que haja uma solução”, destaca.