A greve dos metalúrgicos da Scania, em São Bernardo, chega ao quinto dia nesta sexta-feira (21), com interrupção total da área produtiva. Nos dias anteriores, o movimento realizou greve setorial, parando apenas alguns segmentos da fábrica. A paralisação continuará na próxima semana. Até o momento, a empresa não fez nova proposta.
A reivindicação dos funcionários da montadora é a reposição ao menos da inflação (INPC) do período (9,62%). A primeira vez que teve paralisação geral da fábrica foi na última segunda-feira (17), quando a greve teve início, após assembleia realizada pelos trabalhadores, que terminou com rejeição de reajuste salarial de 5% mais abono.
Segundo Carlos Caramelo, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e funcionário da Scania, a ideia de paralisar setores diferentes visa não prejudicar todo o movimento da fábrica, mas também mostrar que os trabalhadores não estão satisfeitos com as propostas apresentadas. Até mesmo a área administrativa da empresa tem participado da paralisação.
“Cada montadora tem uma forma de se manifestar, decidimos pela greve setorial. É uma forma de ganharmos fôlego e, caso necessário, nos preparamos para uma greve mais longa”, diz. Ainda de acordo com Caramelo, na próxima segunda-feira (24), na parte da manhã será decido os setores que terão os trabalhos interrompidos.
Após a paralisação total da fábrica na segunda-feira (17), ficou acordado que no dia seguinte as áreas de logísticas e exportação não funcionariam. Já na quarta-feira foi a vez de parte do setor administrativo e a fábrica de chassis interromperem os serviços. Na quinta-feira, parte dos funcionários das áreas administrativas e comerciais, além da linha de produção, não foi trabalhar.
As demais montadoras de veículos do ABC já encerraram as campanhas salariais, sendo que ocorreram acordos anteriores válidos por dois anos e que comtemplavam 2016. A unidade da montadora em São Bernardo emprega 3.200 pessoas; cerca de dois mil trabalham na produção.
Confira na íntegra nota enviada pela montadora: “A Scania Latin America lamenta a paralisação dos trabalhadores, iniciada nesta segunda-feira, dia 17, visto que a greve traz prejuízos para todos os lados. A empresa ressalta, porém, que a proposta apresentada foi a melhor possível considerando o cenário de queda de volumes que começou em 2014 e agravado, mais recentemente, pelo momento difícil da economia no país”.