O Sindicato dos Funcionários Públicos de São Bernardo (Sindiserv/SBC) anunciaram nesta semana a quarta tentativa de eleger a próxima diretoria da entidade. O novo pleito ocorrerá nos dias 26 e 27 de outubro. Oposicionistas afirmam que não vão participar da nova eleição por causa das denúncias de fraude na eleição de agosto. Atual diretoria entrou na justiça para garantir o direito de defesa em relação as acusações de seus adversários e afirma que está seguindo o regimento interno para chamar uma nova votação.
As novas datas para o pleito foram anunciadas logo após a eleição da nova comissão eleitoral, aprovada em reunião na última terça-feira (20). Os interessados em protocolar as chapas terão até o dia 27 de setembro para realizar o ato. Mas a atual presidente, Giovani Chagas, afirmou que dois kits foram retirados, mas que a quantidade de candidatos só seriam conhecidos após o fim do prazo regimental.
A então chapa de oposição liderada pelo servidor da pasta de Educação, Marcelo Siqueira, confirmou que não participará do pleito. “Não temos condições de participar de uma eleição coordenada pela atual diretoria por causa das fraudes que ocorreram na última eleição. Consideramos que não será uma eleição limpa, será uma eleição viciada. Sabemos o que vai ocorrer”, explicou Siqueira.
Chagas ficou sabendo da atitude da oposição pela reportagem. “Ainda não tem chapas inscritas no pleito, estou sabendo agora que eles (oposição) não vão participar. Também fiquei sabendo pela imprensa em relação a ação que estão fazendo em relação ao que aconteceu na eleição de agosto. Quero deixar claro que também queremos a apuração dos fatos como eles querem”, disse o sindicalista.
O entrave acontece por causa do pleito realizado em agosto. No dia 18 daquele mês o Ministério Público do Trabalho (MPT) que arbitrava a eleição, decretou o fim da ação por fraudes referentes a presença de pessoas que não eram funcionários públicos nas listas de votantes. Além disso, houve a denúncia de que alguns votantes participavam do pleito com documentos falsos.
Com o fim das eleições, o MPT se retirou da organização e não fez novas reuniões para falar sobre o assunto. “Como o Ministério Público não falou nada, então seguimos o regimento interno que no seu artigo 127 diz que temos 30 dias para convocar uma nova eleição e foi isso que foi feito. Até procuramos o MPT, mas não conseguimos retorno dos contatos. Agora estamos cumprindo o que está no regimento”, afirmou Chagas.
Para Siqueira, o papel do Ministério Público do Trabalho foi correto. “Eles fizeram o que tinham que fazer. Cumpriram o seu papel e quando viram que tinha irregularidades, eles acabaram com as eleições. Não temos o que reclamar”.
Justiça
Apesar da disputa eleitoral está consolidada, o pleito também corre paralelamente no âmbito jurídico. O MPT entrou com uma ação contra o Sindserv/SBC por causa das irregularidades que ocorreram em agosto. A oposição tenta se organizar para destituir a atual direção e garantir novas eleições sem a coordenação de pessoas ligas a Chagas.
O presidente da entidade entrou na Justiça com um pedido de garantia de defesa em relação ao caso. “O MPT ouviram pessoas ligadas a Chapa 2, a chapa de oposição, mas em nenhum momento falou conosco sobre o assunto. Nós queremos também que tudo seja esclarecido, tudo seja apurado e que os culpados sejam punidos. Queremos ter esse direito de defesa garantido, pois também temos interesse em relação a isso”, concluiu o presidente do Sindicato.