Após debates em Mauá e São Caetano, Santo André é a terceira cidade da região que discute a proibição ou regulamentação de serviços de transportes oriundos de aplicativos como o Uber. Em entrevista ao RDtv, o presidente da ABC Rádio Táxi, Ademir Calli, fala sobre o movimento dos taxistas junto ao poder público e afirma que desde o inicio da “febre” dos aplicativos a queda no movimento de táxis na cidade chegou a 50%, principalmente no horário noturno.
Segundo Calli, o motivo para a queda na categoria é a diferença do preço causado pelas diferenças nos pagamentos de taxas. “Não temos medo da concorrência. A gente precisa que ela seja séria. Concorrência séria é tarifa, os mesmos deveres, é o fiscal olhando o pneu do taxi, pneu do taxi, pneu do Uber. Isso é concorrência séria. Trabalhar com uma tarifa parecida, aí sim, não temos medo disso. Agora do jeito que está hoje é impossível de concorrer”, afirmou o empresário.
Segundo Calli, o taxista tem que pagar uma taxa anual para a Prefeitura, inclusive para o motorista auxiliar, além de uma vistoria e a manutenção do carro para que o veículo fique com os padrões mínimos exigidos pelo município. Algo que não acontece com o Uber. “Eles pagam o carro, baixam o aplicativo e começam a trabalhar”.
Para o empresário, a “lei do táxi”, promulgada pela presidente afastada Dilma Rousseff (PT), em 2011, já coloca os veículos usados pelo Uber como “irregulares”. “A Prefeitura na nossa visão, só por isso poderia fiscalizar um pouco mais. Ou melhor, fiscalizar já que isso não está acontecendo no momento”, afirmou.
Um grupo de taxistas chegou a ir na Câmara de Santo André pedir para que algum tipo de lei regulamentando os carros do Uber seja feita. Além disso, um ofício foi enviado para o prefeito Carlos Grana (PT) para recebê-los para uma conversa, mas até o momento não houve respostas dos poderes Executivo e Legislativo.
A ideia dos taxistas é que algum projeto de lei inspirado nos que foram aprovados em Vitória (ES) e no Distrito Federal seja aprovado em Santo André. “As leis colocam algumas exigências para este transporte clandestino. Ele tem que se identificar na Prefeitura, identificar os carros, passar por vistoria, pagar taxas, o motorista terá que fazer um curso semelhante ao que o taxista é obrigado hoje no SEST SENAT, e a empresa recolher alguns impostos na cidade, além de limitar o número de carros, pois não temos como trabalhar com 100 taxis e 1000 carros clandestinos, então nós queremos que limite esse número”, explicou Calli.