Eletronuclear vai à Justiça contra empreiteiras por prejuízos com Angra 3

O presidente da Eletronuclear, Pedro Figueiredo, disse que a empresa vai recorrer à Justiça contra o consórcio Angramon, responsável pela montagem eletromecânica da usina nuclear Angra 3. A subsidiária da Eletrobras quer ser ressarcida pela interrupção da obra, como previsto em contrato, segundo o executivo. Fazem parte do consórcio as construtoras Odebrecht, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, Techint, UTC e EBE.

Em agosto do ano passado, as construtoras anunciaram a intenção de deixar o consórcio com o argumento de que o pagamento estava atrasado. Mas a Eletronuclear não aceitou a alegação e, agora, está disposta a cobrar na Justiça o pagamento pelo que considera abandono de projeto. Além disso, está levantando se o valor desembolsado até então, na casa de R$ 60 milhões, segundo Figueiredo, condiz com o que foi construído até o ano passado.

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As construtoras que integram a Angramon estão sendo investigadas por suspeita de irregularidades, principalmente, de terem sido favorecidas na licitação da Eletronuclear. O presidente da subsidiária da Eletrobras nega, no entanto, que tenha havido superfaturamento, porque o valor cobrado pelo serviço, de R$ 2,9 bilhões, está dentro da faixa considerada compatível com os preços de mercado,de R$ 2,8 bilhões a R$ 3,2 bilhões, segundo estudo realizado pela auditora externa Deloitte.

A contratação de uma auditoria externa para orçar a montagem eletromecânica de Angra 3 fez parte do plano de ação firmado entre a Eletronuclear e o Ministério de Minas e Energia, na tentativa de retomar o projeto. O próximo passo será lançar novas concorrências de pequeno porte relativas à montagem eletromecânica para adiantar as obras enquanto a Justiça analisa o contrato com a Angramon. Se conseguir fechar as novas contratações até agosto, será possível acelerar a construção a tempo de concluir no fim de 2020, como previsto, segundo Figueiredo.

Outros contratos, no entanto, ainda podem passar pelo mesmo processo de revisão, como o de obras civis, que têm sido alvo delações da Operação Lava Jato. “A obra civil é outro capítulo. Ainda não sabemos o que fazer com isso. Temos que esperar as investigações”, disse Figueiredo.

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