Desemprego entre jovens do ABC é o maior em cinco anos

A Fundação Seade e o Dieese publicaram nesta quarta-feira (8) um raio-x sobre o mercado de trabalho da juventude do ABC. O levantamento, divulgado no Consórcio Intermunicipal, mostra números positivos e também dados preocupantes. A pesquisa faz uma comparação do biênio 1998-1999 com os anos de 2013 e 2014.

De acordo com o levantamento, a proporção de jovens entre 16 e 24 anos que só estuda passou de 14,5% para 17,3%. Os que estudam e trabalham foram de 19,6% para 21%. Uma das explicações é a melhora de renda das famílias, que permitiu nos últimos anos que jovens se dedicassem mais aos estudos e prorrogassem a entrada no mercado de trabalho.

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Uma das notícias ruins é que o desemprego entre a juventude (16 a 24 anos) da região atingiu em 2014 o pior patamar em cinco anos: 23,1%. Levando em consideração uma faixa etária mais abrangente, entre 16 e 29 anos, o nível de desemprego (18,4%) também é o maior desde 2009.

O técnico da Fundação Seade e coordenador da pesquisa, Alexandre Loloian, explica porque os jovens sofrem mais com a crise do que outras faixas etárias. “Os jovens têm o estigma de trabalharem em posições menores, caracterizadas pelas desvantagens originadas pela falta de experiência profissional, o que acarreta em mais trabalhos sem carteira”, avalia.

“A falta de experiência, as maiores exigências dos empregadores e a questão do núcleo familiar a qual ele pertence, por exemplo. Tem uma série de indicadores que faz com que a taxa de desemprego desse povo seja maior. Nessa transição da vida adulta há vários obstáculos”, diz Loloian. 

O cenário para a juventude não é dos mais animadores. “Num cenário de crise que estamos entrando esse pessoal vai sofrer mais mesmo. São os que em primeiro lugar as empresas mandam embora e será difícil recontratar. É provável que aumento o nível de desemprego entre os jovens”, prevê.

Nem-nem
A pesquisa revela também o quadro dos jovens “nem-nem”, como são chamados aqueles que “nem” trabalham, “nem” estudam. Em 1998-1999 esta parcela representava 10,7% da população jovem, de 16 a 24 anos. Em 2013-2014 o índice caiu para 9,3%.

O principal destaque que se observou nesses últimos 15 anos é que a juventude nem-nem mudou de perfil. Antes eram as mulheres, responsáveis por afazeres domésticos, que representavam a maioria deste grupo. Hoje são os homens.

Veja abaixo o índice de desemprego:

Desemprego entre jovens do ABC (16 a 24 anos)

1998 – 30,3%
1999 – 33%
2000 – 30,5%
2001 – 27,9%
2002 – 30,6%
2003 – 33,3%
2004 – 31,3%
2005 – 28,3%
2006 – 26,8%
2007 – 26,5%
2008 – 20,8%
2009 – 24,8%
2010 – 21,5%
2011 – 19,7%
2012 – 21,2%
2013 – 20,4%
2014 – 23,1%

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