Neste final de semana tem início, oficialmente, a temporada de festas juninas nas cidades do ABC. Populares, as quermesses contam com ajuda de muitos voluntários que, motivados pela religiosidade, não se importam de trabalhar duro para produzir comes e bebes e ficarem horas nas barracas, com sorriso no rosto, para atender a multidão que comparece à tradicional festa.
Andrezza de Paula é um exemplo desta motivação. Desde o ano passado ela contribui com a quermesse da Paróquia Santa Maria Goretti, em Santo André, que acontece em todos os finais de semana de junho. Sua participação se estende a mais de uma barraca, como a do correio elegante e a da batata frita. “Sou católica e gosto de participar de todas as atividades da igreja”, conta Andreza que, com 20 anos, faz parte do grupo de frequentadores jovens da paróquia. O trabalho para que não falte nada durante a festa não importa. “É muito gratificante entrar em contato com muitas pessoas e poder ajudar a igreja”, explica.
O mesmo ocorre com Lurdes Manastella, responsável, com o marido Valdir Manastella, pela organização da festa da Paróquia São Bento, em São Caetano, que começou dia 16. Lurdes sabe tudo a respeito da quermesse. “O clima é muito tranquilo, uma opção perfeita para a família”, diz.
Com estrutura e atrações bem tradicionais, a grande diferença da festa junina da Paróquia São Bento está no fato de ser fechada. Lurdes conta que os quitutes partem de R$ 3 e cabem bem no bolso de qualquer pessoa. “Temos variados lanches, como o de pernil, por R$ 6. Já os espetinhos de carne saem por R$ 3 e os doces tradicionais, como canjica e arroz-doce, por R$ 5”, conta.
Para se divertir, a rodada do tradicional bingo custa R$ 2. Mas Lurdes conta que as prendas oferecidas pela igreja são mais simples se comparadas aos anos anteriores, pois hoje não está fácil. “Há mais ou menos três anos, conseguíamos o dobro do movimentol”, diz.
História
As festas juninas são fruto de miscigenação cultural. Segundo o padre José Pedro Teixeira, da Paróquia São José Operário, de Santo André, a tradição começou com a chegada dos portugueses ao Brasil. “A quermesse tem raiz católica, na celebração do nascimento de São João Batista, no dia 24 de junho”, conta. Com o passar do tempo, a festa recebeu influências portuguesas. “As fogueiras vieram da cultura indígena; a dança, dos colonos franceses, instalados principalmente no Nordeste, e as roupas, das cidades localizadas no interior do Brasil”, explica.