Sem acordo em audiência, greve dos garis entra no terceiro dia

Lixo de acumula em rua do bairro Jardim, em Santo André (Foto: Évora Meira)

A greve dos garis e coletores de lixo do ABC chega nesta quarta-feira (25) ao terceiro dia, sem perspectiva de quando vai acabar. A audiência entre a categoria e as empresas terceirizadas, realizada nesta terça-feira (24) no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), terminou sem acordo.

Esta foi a segunda audiência de conciliação promovida pelo TRT – a primeira ocorreu na última sexta-feira (20). O Selurb (Sindicato das Empresas Urbanas de São Paulo) elevou a proposta de reajuste dos salários de 6,5% para 7,68%. Os sindicatos dos trabalhadores, que pedem reajuste de 11,76%, não aceitaram.

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Como as partes não chegaram a um consenso, o Tribunal propôs um reajuste de 9,5% para tentar dar fim ao impasse. Mas as empresas terceirizadas recusaram a proposta.

O TRT reiterou a determinação que já estava em vigor: o Siemaco (Sindicato dos Empregados em Limpeza Urbana) precisa garantir que pelo menos 70% do efetivo de garis e coletores esteja na rua. Na prática, o que se observa na maioria das cidades do ABC, é que essa ordem do Tribunal não está sendo cumprida. 

Danos
Em Santo André, os comerciantes dividem-se quanto aos planos para enfrentar a crise. Felipe Rodrigues, gerente do Sherlock Dog, restaurante localizado no Bairro Jardim, afirma que o lixo já está acumulado. O estabelecimento pretende armazenar os resíduos produzidos no depósito do próprio restaurante, porém não sabe quanto poderá guardar no caso de a crise estender-se por muitos dias.

Já Evaldo Vieira, comprador do bar Confraria, localizado no mesmo bairro, não tem a sorte de possuir um depósito. Para agravar a situação do estabelecimento, todos os entulhos daquele quarteirão da Alameda São Caetano são depositados em frente ao bar. Isso ocorre por aquele ser o melhor ponto para os coletores de lixo apanharem os sacos. “Nós ainda não sabemos o que vamos fazer se a greve continuar. Ano passado, quando passamos pela mesma situação, catadores de lixo que trabalham por conta própria deram conta do serviço. Esperamos que agora ocorra o mesmo, mas ainda não temos certeza de nada”, lamenta Evaldo.

A cidade de São Caetano já tomou providências para diminuir os efeitos caóticos da greve. Colocou caminhões da Prefeitura para recolher parte do lixo acumulado, ao mesmo tempo em que são fiscalizados pela Guarda Civil Municipal. Apesar da atitude tomada, a proprietária do restaurante China Bar, localizado no Centro de São Caetano, afirma que diante da grande quantidade de entulho produzida pelo estabelecimento, o recolhimento realizado pela Prefeitura não é suficiente.

O RD andou pelas ruas de São Bernardo e viu que a situação está normalizada na cidade. Isso porque os funcionários da SBC Valorização de Resíduos, responsável pela limpeza pública na cidade, não aderiu à greve.

Em nota de esclarecimento, a Prefeitura de Ribeirão Pires informa que iniciou uma ação de emergência para amenizar os danos acarretados pela greve. Ela disponibilizou seis caminhões para realizar a coleta no Centro e nas principais avenidas da cidade. Os veículos realizarão o serviço todos os dias, das 8h às 18h, até sexta-feira (27).

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