Universidades já se preparam para a falta de água

O volume de água nos mananciais é muito baixo e preocupa

As instituições de ensino superior do ABC já adotaram algumas iniciativas para enfrentar a crise hídrica que coloca em risco o abastecimento de dezenas de milhões de pessoas em todo o estado de São Paulo. Captação de água da chuva e instalação de dispositivos para redução de vazão das torneiras estão entre as medidas adotadas. Algumas universidades, inclusive, se anteciparam ao problema e adotaram meios sustentáveis há alguns anos.

É o caso da Umesp (Universidade Metodista de São Paulo). O reitor, Marcio de Moraes, disse que as ações para economia de água acontecem há pelo menos três anos, com destaque para um sistema de captação de água da chuva. “Usamos para regar plantas e jardins e para lavar o piso”, disse. A universidade também instalou sensores eletrônicos na maioria das torneiras dos sanitários e investiu em água de reúso no edifício do Colégio Metodista para os vasos sanitários.

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A Fundação do ABC, mantenedora da Faculdade de Medicina do ABC, realiza ações de orientação para o consumo consciente da água desde 2011, mas o maior passo ocorreu em junho de 2013 quando foi fechada parceria com uma empresa de consultoria especializada nessa área.

De acordo com informações enviadas pela instituição, a estimativa é de que, a partir deste trabalho, houve redução de 30% a 40% no consumo de água. Além de palestras de conscientização dos funcionários, foram acoplados dispositivos às torneiras capazes de poupar dez litros de água por minuto, manutenção e troca de válvulas de descargas e busca por vazamentos também fizeram parte das ações.

A USCS (Universidade de São Caetano do Sul) deu início a um trabalho semelhante no ano passado. Começou com uma campanha de conscientização dos funcionários e seguiu com a instalação de válvulas redutoras de vazão nas torneiras. Além disso, a instituição deixou de fazer a lavagem geral dos campi, comum no início do ano, e há cinco meses não lava as rampas de acesso. Em breve será lançada uma campanha de conscientização com foco nos alunos. Em média, a universidade gastou 23,7% menos.

Verificação e imediata correção de possíveis vazamentos, irrigação dos jardins por apenas 15 minutos por dia e apenas no período da noite, desde novembro de 2014, aquisição de redutores de vazão para todas as torneiras (aguardando a chegada do material para instalação), aquisição de torneiras com acionamento por cotovelo para copa e refeitório e campanha de conscientização foram as ações adotadas pela Faculdade de Direito São Bernardo.

Segundo o diretor da Faculdade de Direito, Marcelo Ladeira Mauad, o custo de implantação foi baixo e, por ser recente, ainda não foi possível calcular a economia obtida. “Nossos custos giram em tprno de R$ 3.800”, informou.

Futuro
Os responsáveis pelas instituições de ensino superior da região estão atentos à crise hídrica, mas trabalham com a perspectiva de que a economia gerada pelo conjunto da sociedade possa evitar o pior, como um racionamento extremo o que resultaria em suspensão das aulas até que a situação voltasse ao normal.

“Levando em conta as medidas tomadas para redução do consumo, acreditamos que não haverá necessidade de suspensão de aulas”, disse Marcos Sidnei Bassi, reitor da USCS.

No caso da Umesp, a autonomia é de dois dias e, embora o reitor não acredite que o rodizio seja em grande escala, caso a situação fique insustentável, a solução seria ampliar as atividades não presenciais.”Isso já está previsto na legislação educacional do Ensino Superior. É uma das alternativas que podemos utilizar sem prejudicar nossos alunos e alunas”, declarou Moraes.

O reitor da Faculdade de Direito de São Bernardo disse que as aulas só serão suspensas se a crise hídrica se tornar extrema. Antes, além da economia, a instituição se programa para, em caso de rodizio, trocar vasos sanitários e comprar água de caminhões pipa, abrir um poço artesiano e captar água da chuva.

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