Ferrarezi cobra diálogo de Marinho com Câmara

Presidente do Legislativo reclama de postura do Executivo. (Foto: Pedro Diogo)

O presidente da Câmara de São Bernardo, José Luis Ferrarezi (PT), cobrou do prefeito Luiz Marinho (PT) mais atenção aos pedidos dos vereadores. O parlamentar avalia que a Prefeitura tem falhado no atendimento a demandas da população.

Mesmo sendo do mesmo partido do prefeito, Ferrarezi faz críticas à forma como o Executivo tem tratado o Legislativo. “As demandas da população chegam para os vereadores e nós não somos valorizados. Nós, vereadores em São Bernardo, sofremos muito porque no dia a dia nós não somos atendidos, não somos”, afirma.

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A escolha do vereador como presidente da Câmara ocorreu em dezembro do ano passado e contou com articulação direta de Luiz Marinho. O prefeito chegou a faltar em uma reunião do Consórcio Intermunicipal (que presidia na época) para se dedicar ao processo de sucessão no Legislativo.

Ferrarezi exemplifica a falta de agilidade da Prefeitura em solucionar algumas demandas da população. “Onde eu moro tem uma rua que já faz 1 ano e meio que pedi para colocar faixa de pedestre e até hoje não fui atendido. Tenho árvores em calçadas, as pessoas desviam porque tem necessidade de correção de calçada e poda de árvore. Faz quase um ano”, reclama.

O Orçamento Participativo, marca de prefeituras petistas, acaba não sendo efetivo para resolver todos os pedidos, na visão de Ferrarezi. “A população participa e decide, mas ela decide no macro, naquilo que é maior, que é política de longo prazo”, constata. “Não posso ter em meu bairro, onde eu moro e onde sou cobrado, coisas muito básicas que eu não sou atendido. Daí a população não vê o vereador como representante”.

Avaliação de governo

Ex-secretário de Esportes e Lazer da gestão Marinho, José Luis Ferrarezi aponta o elevado número de obras feitas pelo governo petista como uma das principais marcas positivas da administração. Ele ressalta, no entanto, que somente isso não é suficiente.
“A cidade se transformou, tanto que tem uma boa avaliação do governo. Se transformou em redes de construções, de grandes obras, de viadutos, avenidas e UPAs. Mas penso que o prefeito Marinho deveria daqui pra frente é investir em gente”, afirma o presidente da Câmara. “Chegou a hora de investir em pessoas, com atendimento pra valer em questões de Saúde, Educação, Cultura, Esporte e Juventude. As grandes obras ajudam, mas demoram para mudar a vida das pessoas concretamente”.

Presidência

Ferrarezi, que estará na presidência da Câmara pelos próximos dois anos, comandou sua primeira sessão ordinária na última quarta-feira (4). Uma das diferenças em relação à gestão anterior, de Tião Mateus (PT), é que o papel das comissões no atendimento da população será maior.

Um dos principais desafios do novo presidente do Legislativo será reduzir o número de comissionados. A legislação exige que metade dos funcionários da Casa seja concursado e a outra metade em cargos de comissão.

O problema é que nada menos que 92% dos funcionários da Casa são comissionados. Nesta sexta-feira (6) será formada uma comissão para definir os detalhes sobre o concurso que será aberto para tentar equacionar (ou pelo menos minimizar) essa disparidade.

O Tribunal de Contas do Estado (TCE) tem cobrado o petista para que o problema seja resolvido. O parlamentar pediu três meses para poder apresentar proposta de redução dos comissionados para o TCE.

Além de abrir concurso, Ferrarezi pretende também reduzir a quantidade de horas extras. O petista exigiu que cada pedido de hora adicional e trabalho passe a ser justificado para a Presidência da Casa. Somente em agosto do ano passado, a Câmara gastou R$ 100 mil em hora extra, por causa das sessões solenes em comemoração ao aniversário de São Bernardo.

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