Para Aécio, PT jogou campanha na lama

O candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, usou nesta terça-feira, 21, o programa eleitoral na TV para acusar o PT de levar a “campanha para a lama” por veicular, segundo ele, “mentira anônima”. Após o debate promovido pelo SBT na semana passada, marcado pelos ataques pessoais entre os candidatos, a campanha da presidente Dilma Rousseff (PT) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva passaram a associar o tucano à ideia de agressividade com as mulheres.

A coligação do candidato do PSDB entrou com uma ação na Procuradoria-Geral Eleitoral contra a campanha petista, alegando que a propaganda adversária é caluniosa e difamatória. “Não tenho o menor problema em aceitar críticas, faz parte do jogo político. Mas quando a crítica se transforma em ataque e quando esse ataque se transforma em mentira e, mais grave ainda, quando a mentira é anônima, aí a campanha vai para a lama”, afirmou Aécio na propaganda eleitoral, sem especificar a que ataques ou informações fazia referência.

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Ontem, ruas do centro de Belo Horizonte amanheceram repletas de grandes cartazes anônimos com os dizeres em letras amarelas em um fundo negro: “Você vota em candidato que agride mulher?”. O material podia ser visto em vários locais da área central da cidade, inclusive em frente ao comitê central de Dilma Rousseff (PT), na Avenida Afonso Pena.

Procurada pela reportagem, a assessoria da campanha petista em Minas Gerais afirmou que desconhece o autor do material, lamentou o ocorrido e creditou a ação a grupos isolados.

Cartazes apócrifos atacando Dilma também apareceram colados ontem em postes e muros de Belo Horizonte. Feitos em letras garrafais amarelas em um fundo negro, o material tinha os dizeres: “Dilma, onde estão os R$ 10 bilhões da Petrobras?”.

Assim como nos cartazes petistas, não há o nome da coligação nem o CNPJ da campanha, como exige o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Procurada, a assessoria da campanha de Aécio não respondeu até a conclusão desta edição.

Inserções

Em pesquisas qualitativas e levantamentos internos, os chamados “trackings”, o PT detectou que o movimento de acusar Aécio de ter sido agressivo com as candidatas mulheres nos debates foi decisivo para a melhora de Dilma nas pesquisas. Em uma das inserções, o candidato do PSDB aparece chamando a presidente de leviana e com o dedo em riste diante da então candidata Luciana Genro (PSOL) no 1.º turno.

No levantamento do Datafolha divulgado anteontem, a presidente subiu de 42% para 46% das intenções de voto entre as mulheres. Para reforçar essa tática, a campanha de Dilma estuda divulgar o resumo de seu programa para as mulheres.

No horário eleitoral, a petista prometeu criar a Casa da Mulher Brasileira, um local que dará assistência a mulheres vítimas de violência doméstica. Ela lembrou ainda a sanção da lei Maria da Penha pelo ex-presidente Lula e a regulamentação do trabalho de doméstica, ações que foram apresentadas como avanços.

Atos

Nesta quarta-feira a presidente fará uma caminhada com mulheres no centro de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, em ato que marca o fim da campanha da petista no Rio de Janeiro. A agenda original de Dilma previa três atividades no Estado, inclusive um comício na Cinelândia, na capital, mas somente a marcha “Mulheres de Coração Valente” foi mantida.

Segundo o prefeito Alexandre Cardoso (sem partido), a caminhada vai tratar da “defesa das garantias sociais e do combate à violência contra mulheres”. Coordenador da campanha de Dilma no Rio, o vice-prefeito da capital fluminense, Adilson Pires (PT), afirma que há mais de um mês estava decidido que a presidente teria uma agenda com mulheres.

Apoiadores de Aécio também preparam eventos com o tema mulher. A campanha tucana convocou para hoje o ato “Todas com Aécio”, anunciado como uma mobilização voluntária, “em âmbito nacional”, de todos os partidos que apoiam o candidato do PSDB. Segundo os organizadores, as participantes sairão às ruas vestindo as cores da bandeira nacional e colhendo sugestões para a campanha. A previsão é de que o evento ocorra em 20 cidades de São Paulo.

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