Volatilidade de ações da Petrobras bate máxima de 110%

A taxa de volatilidade da ação PN da Petrobras atingiu o pico de 110% na última segunda-feira, 6, depois que o mercado financeiro foi surpreendido pela condução do candidato do PSDB, Aécio Neves, ao segundo turno das eleições presidenciais, com larga vantagem sobre a terceira colocada e até então favorita ao enfrentamento com Dilma Rousseff (PT), Marina Silva (PSDB). A taxa de volatilidade da ação da companhia veio crescendo desde as divulgações das primeiras pesquisas de intenção de voto, em março, e ganhou força na medida em que a disputa foi se acirrando e surpreendendo os agentes.

Até março, o papel PN da Petrobras tinha volatilidade de entre 20% e 40%. A partir daí, com as sondagens eleitorais apontando a possibilidade de um segundo turno, o jogo do mercado se acentuou. E entre os papéis das estatais, o destaque foi Petrobras, com a volatilidade passando para um intervalo de 40% a 60% até setembro, quando a campanha começou a ficar mais disputada. A volatilidade mínima do ano atingida pela ação PN da Petrobras ocorreu no dia 8 de julho, de 15,9%. Com a aproximação do primeiro turno, os papéis da companhia passaram a trabalhar acima do nível de 60% de volatilidade.

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“Esse movimento é puramente baseado nas expectativas em torno das eleições”, destacou o trader da Guide Investimentos, Pedro Galdino de Carvalho. “As ações da Petrobras, como as de outras empresas estatais, se tornaram uma proxy da eleição. O mercado atribuiu esse valor a esses papéis. E, diante disso, as ações vem oscilando muito em razão das pesquisas”, ressaltou.

“Toda vez que tem uma notícia muita importante em torno da corrida presidencial, a volatilidade é muito grande”, ressaltou o analista de uma consultoria, que pediu para não ser identificado. Segundo ele, a volatilidade dos preços está ocorrendo muito rápido. “Se você olhar para a taxa hoje, ela está em 80%, o que significa que caiu 30 pontos porcentuais do início da semana para cá. E se os preços dos papéis continuarem a oscilar em um intervalo estreito, como vimos nos últimos cinco dias, a taxa de volatilidade chegará na próxima semana a 50%, patamar visto entre março e setembro.”

A fonte destacou ainda que a volatilidade deverá registrar novamente uma alta acentuada na semana que antecederá a realização do segundo turno das eleições. “Se continuar o cenário de empate técnico entre Aécio e Dilma, como mostrado pelas pesquisas ontem, poderemos ver de novo uma volatilidade muito elevada”, afirmou.

Um analista de um banco destacou que a volatilidade do papel está relacionada também à alta do preço das opções. “Como ninguém tem certeza de quem vai ganhar as eleições, os investidores estão preferindo fazer uma aposta via opções. A forte procura está tornando as opções muito caras. E como o market maker acaba ficando fora do mercado, devido à percepção de risco muito alta, esses preços ficam distorcidos e a volatilidade sobe ainda mais”, explicou.

O analista da consultoria citado acima afirmou que não recomendaria os papéis da Petrobras neste momento. “Quem vai recomendar isso? É só para quem tem coração muito forte. Se você pensar que a estratégia com opções está cara e a volatilidade alta, não dá para recomendar”, ressaltou.

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