Mudanças no secretariado refletem nível de cobrança, diz Pinheiro

“Não posso dizer que estou com o time ideal, mas são pessoas que eu coloco e espero que façam o que eu quero e o que é melhor para a população”, diz Paulo Pinheiro. Foto: Évora Meira

Às vésperas de comemorar o 137º aniversário de São Caetano – dia 28 de julho -, o prefeito Paulo Pinheiro (PMDB) faz um balanço da gestão à frente do Palácio da Cerâmica. O peemedebista conta que tem feito uma cobrança implacável em relação ao desempenho do secretariado. Em um ano e seis meses de governo, 13 dos 17 secretários já foram exonerados ou remanejados dentro do primeiro escalão. Pinheiro adianta que as mudanças vão continuar caso o time não corresponda às expectativas de governo.

Depois de um primeiro ano marcado pela ausência de grandes marcas, relata o gestor, devido aos impasses em 19 licitações, principalmente em serviços básicos da educação, como entrega de uniformes e kit escolar, Pinheiro vibra com um segundo ano de resultados, como na segurança. Na avaliação do prefeito, o reforço nos efetivos da GCM e da PM, por meio da Atividade Delegada, implantada em abril, tem ajudado a inibir ações criminosas.

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Paulo Pinheiro diz, também, que entrará de cabeça na campanha do correligionário Paulo Skaf, candidato a governador em São Paulo, e nas empreitadas de candidatos a deputados, parceiros de São Caetano. Mas admitiu que será concentrará no pleito de Robinson Catropil, capitão na PM. Leia os principais trechos da entrevista, disponível no site do RD – www.reporterdiario.com.br

Repórter Diário – Qual o balanço desse ano de gestão?

Paulo Pinheiro – Ano passado foi o primeiro ano. Paguei mais dívida do que investi na cidade. Melhoramos a saúde e a segurança. Neste ano, a segurança é um destaque significativo. A população está vendo e sentindo os avanços na segurança. Nos últimos dois meses fizemos gestão junto a GCM [Guarda Civil Municipal], Polícia Civil e Militar. Em conjunto estamos melhorando com redução da criminalidade, graças ao aumento do efetivo e a implantação do sistema Atividade Delegada, o qual estamos no aguardo do ok do Estado, principalmente da vinda de mais PMs depois da Operação Copa. O contingente que viria para as cidades do ABC ainda está na Capital por conta das manifestações públicas.

RD – A Saúde segue como o principal problema?

Pinheiro – A saúde estava bastante desaparelhada quando assumi em 2013. Eu fui arrumando a casa e os equipamentos, além de humanizar o atendimento. Um dos meus compromissos é reativar o Hospital São Caetano na sua plenitude. É uma urgência adquirirmos a área do hospital. Como existe a divergência entre o Estado e a União neste item, vamos ver se o Consórcio aceita fazer essa divisão no montante da desapropriação. A cidade não precisa mais de espaço físico para o atendimento na saúde. Precisamos é humanizar os espaços. São Caetano é a cidade com mais leito hospitalar por habitante. Não tem cidade que tenha tanto equipamento proporcionalmente como São Caetano. Nós temos quatro hospitais. Nós precisamos é aprimorar o que já temos, como é o caso do São Caetano.

RD – Ou a mobilidade, desafio metropolitano?

Pinheiro – Nosso foco é diminuir o fluxo na avenida Goiás. Só em São Caetano, fruto do PAC Mobilidade, serão mais de R$ 260 milhões em verbas repassadas. Vamos construir viadutos e melhorar os corredores de ônibus, dentro de um projeto regional.

RD – A vinda do monotrilho impactará como?

Pinheiro – O secretário de Mobilidade Urbana [Odair Mantovani] já está atento a isso, principalmente, na avenida Guido Aliberti, onde teremos as quatro estações. Vamos colocar quatro estações de ônibus nestes locais para facilitar o deslocamento. Já estamos conversando com a empresa de ônibus para mudar os itinerários.

RD – Preocupa a situação da indústria automobilística? A GM é muito importante para a cidade.

Pinheiro – A indústria automobilística é cíclica. Quando o governo dá incentivo ocorrem contratações. Quando não, ela corta. Por isso, o governo federal deveria reduzir os impostos da indústria para ela aumentar a produção e gerar mais emprego.

RD - Na Educação houve atraso na entrega de uniformes e kits escolares. Esses problemas foram solucionados visando os próximos anos?

Pinheiro – Esse ano melhorou bastante. No ano passado queríamos reformar as escolas, dar uniformes e entregar o kit escolar, mas não conseguimos nada disso por conta das interrupções das licitações. Esse ano esses itens avançaram. Já começamos as reformas e vamos concluir até 2016. Não é obrigação da Prefeitura dar uniforme. Mas esperamos que no próximo ano tudo esteja normalizado já no início das aulas em fevereiro.

RD - As trocas no secretariado afetam de que forma a rotina do primeiro escalão?

Pinheiro – A maioria das mudanças se deu pelo nível de cobrança ou em alguns casos mantivemos os gestores e só mudamos o secretário. Não posso dizer que estou com o time ideal, mas são pessoas que eu coloco e espero que façam o que eu quero e o que é melhor para a população. Eu os avalio constantemente. Se não ir bem, eu mudo de novo.

RD - Qual será o tamanho da sua participação nas eleições de outubro?

Pinheiro – No caso estadual, por ser do PMDB e por acreditar na candidatura do Paulo Skaf, nós vamos coordenar a campanha dele aqui no ABC. Vamos ajudar os candidatos do meu partido e outros que não são do meu partido, mas são colaboradores eternos aqui.

RD - O senhor acredita em mudanças na base governista do Legislativo após outubro?

Pinheiro – Tudo pode acontecer. Quem quiser estar com o governo, se alinhe ao governo. Quem quiser ser contra, seja oposição, mas diga por que é oposição. Não adianta fazer oposição sistemática. Aí vai seguir um caminho solo.

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