Braskem vai paralisar produção por um mês

Empresa abriu as portas para visita da imprensa nesta terça-feira (Foto: Tiago Oliveira)

Principal empresa do polo petroquímico de Capuava, a Braskem vai interromper a produção por 35 dias a partir de setembro. O período será utilizado para manutenção e troca de equipamentos.

Batizada pela empresa de “parada geral”, a paralisação ocorre a cada seis anos e é uma exigência legal que as petroquímicas têm que seguir. A última manutenção geral foi realizada em 2008. Desde então, a produção na Braskem ocorreu de forma ininterrupta.

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Apesar de os maquinários passarem por eventuais reparos no dia a dia, é somente nestes momentos de parada geral em que é possível fazer manutenção mais abrangente, como substituição de equipamentos. “É o momento de investir de modernização, melhorias nos nossos processos e aplicação de novas tecnologias”, afirma o diretor industrial da Braskem, Antonio Emilio Simões Meireles.

A empresa calcula que cerca de 150 mil toneladas de produtos deixarão de ser produzidas por causa da paralisação.

Cerca de 4 mil profissionais – principalmente soldadores, caldeireiros e montadores de andaime -, vão trabalhar durante os 35 dias para avaliar, reparar e trocar equipamentos em toda a planta da Braskem, o que vai gerar oportunidades de empregos temporários.

A chama do Polo

Qual a primeira imagem que vem à sua cabeça quando o assunto é Polo Petroquímico de Capuava? É muito provável que você se lembre da chama da Braskem, que algumas vezes fica tão alta, que se torna visível de diversos bairros do ABC.

O nome técnico do equipamento que solta este fogaréu, que acabou virando símbolo do Polo, é o flare, que será substituído durante a parada geral de setembro.

A função do flare é descartar produtos que, por algum motivo, não saíram dentro da especificação correta. Um exemplo: o cliente exige da Braskem que determinado material tenha 99% de pureza, mas por um erro de produção ou quebra de algum equipamento, esse indicador não é alcançado, prejudicando o produto final.

Como o produto não pode ser reutilizado ou armazenado, resta à Braskem descartar o material, o que é feito através da queima no flare. Quanto maior a quantidade de produto que precisa ser descartada, maior é a chama.

“A especificação dos nossos produtos é muito rígida”, explica o gerente industrial da Braskem, Alberto Amano. “Em alguns momentos a gente não pode enviar os produtos para os nosso clientes porque estão fora da especificação”.

A Braskem garante que atua para minimizar os efeitos da queima dos produtos no meio ambiente.

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