Novo reitor da Fundação Santo André faz articulação para obter verba

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Oficialmente indicado pelo prefeito Carlos Grana (PT) desde a última semana, o professor José Amilton de Souza toma posse como novo reitor da Fundação Santo André no dia 1º de abril. Até lá, Souza quer abrir conversas e intensificar os diálogos já existentes para “resgatar a instituição” que, atualmente, tem uma dívida de R$ 35 milhões, quase 70% dos R$ 56 milhões previstos no orçamento de 2014.

“Já temos conversado com Santo André. Agora, a partir da oficialização que me deixou muito feliz e ciente da responsabilidade, vamos abrir ainda mais portas e reforçar os contatos já existentes”, diz.

Em 2014, uma das primeiras agendas do novo reitor será em Brasília. Na capital federal, José Amilton de Souza quer focar, principalmente, a articulação com Ministério da Educação para contrair parcerias, inclusive que possam amenizar a dívida da instituição. “Vamos avaliar e ver quais possibilidades temos, e qual é o interesse do governo federal na rotina da Fundação”, explica.

José Amilton também vai abrir diálogo com o Consórcio Intermunicipal Grande ABC e com a iniciativa privada, para ganhar fôlego em parcerias e oportunidades de crescimento da Fundação Santo André.

Leila Modanez ocupará o cargo de vice-reitora ao lado do novo dirigente, a partir de abril.

Trajetória
José Amilton de Souza é um nome que para muitos pode parecer novo. Com 52 anos, é um dos mais jovens reitores referendados pela consulta acadêmica na Fundação Santo André e, agora, pelo prefeito Carlos Grana.

Porém, Souza é um militante de antiga trajetória na educação. Com 11 anos de atuação na rede pública estadual, participação na rede privada e presença nas duas primeiras gestões do ex-prefeito Celso Daniel, lotado na Secretaria de Planejamento, José Amilton tem experiência de veterano.

Com currículo diversificado e com o compromisso de renovar a Fundação Santo André, tornando-a mais participativa no protagonismo regional, José Amilton conquistou a grande maioria dos votos na disputa interna. Angariou a adesão de 85% dos alunos, 67% dos funcionários e 64,8% dos professores, mesmo tendo na concorrência uma indicação da atual reitoria.

Redução de salários
José Amilton de Souza confirmou o que havia antecipado ao RD em novembro, quando venceu a disputa interna pela reitoria da Fundação. Assim que assumir o cargo, pretende reduzir 15% dos seus próprios vencimentos e da remuneração da vice-reitora e dos três pró-reitores.

A medida, segundo o educador, visa sinalizar que a preocupação de contenção de gastos e de nova dinâmica da instituição começa na própria reitoria. “Faremos um corte nos salários para mostrar que queremos servir a comunidade e reerguer a Fundação. Evidentemente que teremos de fazer ajustes para internamente contribuir”, diz.

Conflito
Amilton assume como sucessor do professor Oduvaldo Cacalano, que era vice-reitor na época de Odair Bermelho. Cacalano conduziu a Fundação em meio a uma série de denúncias de irregularidades. A gestão de Cacalano, mesmo sem ser alvo de denúncias, como do antecessor, não agradou a maioria dos estudantes dos cursos ministrados na Faeco (Faculdade de Economia), Faeng (Faculdade de Engenharia) e Fafil (Faculdade de Filosofia).