Em uma estratégia pouco convencional na história brasileira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu início a um plano para alocar agentes do serviço federal de inteligência em embaixadas do País no exterior. Em decretos publicados ontem no Diário Oficial, o presidente nomeou os três primeiros agentes que participarão da estratégia. Seus destinos serão Argentina, Venezuela e Colômbia.
Atuando sob o manto da diplomacia como ?adidos civis?, eles terão a tarefa de processar informações e aumentar o fluxo de dados com o Brasil. Apesar de reconhecer que o objetivo é estender progressivamente esse plano para outros países, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) não adiantou quando novos agentes serão encaminhados ao exterior, nem quais serão seus destinos.
Os decretos publicados no Diário Oficial omitiram os nomes dos agentes e trouxeram apenas os números de matrícula de cada um. O agente de número 908807 será instalado em Buenos Aires, por um período de seis meses. Já o agente de matrícula 009020 ficará em Bogotá, na Colômbia, e o de número 014687 será alocado em Caracas, na Venezuela, ambos por dois anos. Em todos os casos, o prazo de permanência no exterior será contado a partir do dia 1º de julho. Os três exercem hoje a função de analista de informações na Abin.
Apesar de admitir que a alocação de agentes em embaixadas no exterior foge da tradição brasileira, a Abin destacou que a idéia é criar uma rede mais eficiente para o fluxo de informações de inteligência e negou a intenção de instalar agentes secretos em outros países. Segundo a agência, esses servidores foram até registrados nos governos e serviços de inteligência desses países. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.