Em São Bernardo, crimes de tráfico aumentaram 8% no semestre

Entre as ações para garantir a segurança está a proximidade da GCM com a comunidade / Foto: Forlan Magalhães

Levantamento da SSP (Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo) aponta que São Bernardo registrou alta de 8,2% nos crimes de tráfico de entorpecentes entre os primeiros seis meses deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado. O aumento, aliado ao fato de o tráfico estar ligado a outros delitos, é hoje a maior preocupação no município quando o assunto é segurança pública. Para tentar minimizar as ocorrências, São Bernardo investe na aproximação da GCM (Guarda Civil Municipal) com a população e no videomonitoramento.

A preocupação não é à toa. Dados da ONU (Organização das Nações Unidas) divulgados em julho deste ano apontam que o crime organizado movimenta cerca de US$ 870 bilhões por ano, sendo que tráfico de drogas é o mais rentável, com custo estimado em US$ 320 bilhões.

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“O tráfico de drogas é o principal crime a ser combatido hoje em dia, pois em qualquer lugar, seja em bairros de classe média ou de periferia, a o problema está sempre presente. Para combater isso é necessário estratégia”, salienta Benedito Domingos Mariano, secretário de Segurança Urbana da cidade.

A preocupação aumenta porque o tráfico desencadeia outros delitos. “Parte do furto e do roubo de carros, por exemplo, está associada ao tipo de crime organizado”, completa. Neste primeiro semestre o município registrou pouco mais de 2,8 mil casos de furtos e roubos, 272 menos que no mesmo período do ano passado.

Uma das ações da Pasta para coibir a criminalidade e, consequentemente, o tráfico de drogas, é a instalação de Inspetorias Regionais nas bases da GCM com efetivo aproximado de 120 policiais em cada unidade em diferentes bairros de São Bernardo. O objetivo é aproximar a GCM da população. “Isso gera sensação de segurança muito grande na comunidade. É muito mais difícil uma pessoa cometer um crime quando há policiais nas ruas”, destaca.

O município conta atualmente com três unidades de Inspetorias Regionais (Batistini/Alvarenga, Taboão/Pauliceia e Riacho Grande). A inauguração de uma base no bairro Rudge Ramos está prevista para setembro, e no bairro Assunção em 2013.

Cidade de Paz
Há também o Programa Cidade de Paz que atua na prevenção da criminalidade em áreas carentes do município. Entre outras iniciativas, a ação prevê a capacitação de jovens, a implantação de programas de geração de renda e a promoção de atividades de esporte e lazer. Resultado de parceria com o governo federal, o projeto foi criado no bairro Alvarenga, entre 2010 e 2011, e no Montanhão, em setembro do ano passado. “Na região do Alvarenga registramos uma queda de 40% no índice de homicídio doloso”, comemora Mariano.

Investimento de R$ 18 milhões prevê 400 câmeras para monitoramento

O videomonitoramento é outra aposta para diminuir os índices de criminalidade. São Bernardo conta com sete câmeras de segurança na região do Alvarenga e uma no Paço Municipal. Como resultado, entre março de 2010 e junho deste ano foram flagradas 168 ocorrências no Paço e 280 no Alvarenga. Ao todo, a meta é instalar 400 equipamentos em toda a cidade, como parte de um investimento próprio de R$ 18 milhões.

“Ainda estamos em fase de licitação deste projeto, mas a intenção é tornar isso viável ainda este ano”, adianta o secretário de Segurança Urbana, Benedito Domingos Mariano. O objetivo é concentrar o maior número de câmeras em locais de grande circulação de pessoas e de veículos, além de garantir monitoramento em todas as escolas da rede municipal.

São Bernardo considera que este é o projeto mais importante do que tange à segurança. “Vamos ver a cidade 24 horas por dia e antecipar situações de crimes e catástrofes naturais, como deslizamentos e inundações, uma vez que a ideia é atuar de forma conjunta com outras secretarias”, explica.

População pede mais segurança

Não é difícil encontrar em São Bernardo quem não reclame da falta de segurança. O corretor Jorge Luis Defavari, que vive na cidade há mais de 25 anos, relata que já foi vítima de assaltos e que ouve muitos relatos de pessoas que tiveram suas casas invadidas por bandidos. “Precisamos de mais policiais nas ruas por meio de rondas ostensivas para coibir assaltos, principalmente aos carros e invasões às residências”, defende o morador do Parque Espacial.

A dona de casa Roseli Aparecida Moura, do bairro Cooperativa, teme pela segurança dos usuários de transporte coletivo. “Vemos muitos casos de pessoas que são assaltadas nos pontos de ônibus. Temos de aproveitar esta época de campanha eleitoral para cobrar mais ações dos políticos”, diz.

O comerciante Eduardo Stangorlini afirma não ter muitos problemas em sua loja localizada na avenida João Firmino, mas acredita que isso se deve à proximidade do estabelecimento com uma base da Polícia Militar. “Aqui é mais seguro por causa da base, mas sabemos que há assaltos em outros pontos da cidade”, comenta.
 

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