Com a queda de Pavin do Semasa, oposição quer prorrogar trabalhos da CPI

O vereador José Montoro Filho, o Montorinho (PT), vai tentar convencer os colegas integrantes da CPI do Semasa sobre a necessidade de prorrogação das investigações a respeito do suposto esquema de extorsão na autarquia. O prazo para os depoimentos se encerra no dia 4 de junho.

O principal motivo para a prorrogação seriam as declarações de Ângelo Pavin à Polícia Civil, na última quarta-feira (16/05). A oposição avalia que o ex-superintendente se contradisse, já que à CPI ele afirmou que não conhecia Calixto, ao contrário do que relatou à Polícia.

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Na visão da oposição, a demissão de Pavin seria um indicativo de responsabilidade do prefeito no esquema, o que também justificaria o novo prazo.

“Agora teremos mais trabalho, alguém estava mentindo nessa história. Vamos ter que prolongar um pouco mais a CPI”, afirma Montorinho, único vereador de oposição que integra a Comissão Parlamentar de Inquérito. “A casa do prefeito caiu, a questão era maior do que a gente imaginava”, opina o petista, que defende ainda uma nova convocação para Pavin depor.

O vereador Marcelo Chehade (PSDB) concorda que Pavin apresentou versões contraditórias à Comissão e à Polícia. “Das duas, uma: Ou ele [Pavin] estava mentindo, ou estava arrumando uma emboscada pra deixar o prefeito sozinho”, acredita o tucano.

O vereador Almir Cicote (PSB), outro integrante da CPI, minimizou o impacto das declarações de Pavin à Polícia e da demissão do ex-superintendente do Semasa. “Ele falou mais coisa na Polícia do que na CPI”, reconhece o parlamentar. O socialista, no entanto, pondera. “Do ponto de vista da CPI não tem grande mudança, até porque a CPI tem que apurar a venda de licença ambiental. O desligamento em si, não comprova nada”.

O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito, Donizeti Pereira (PV), ressalta que a decisão sobre a prorrogação dos trabalhos da CPI deve ser tomada em conjunto com todos os integrantes da comissão, e depois aprovada pela Câmara.

Na avaliação do parlamentar, o depoimento de Pavin não foi contraditório no ponto que seria o foco principal do trabalho da Comissão. “O que tem de importante nisso tudo é que ele disse na polícia que não existia esquema de venda de licença ambiental. Nesse quesito ele disse a mesma coisa na CPI. Não estamos apurando se o Calixto trabalhava ou ia no Semasa, mas se havia venda de licença ambiental”, explica.

A CPI do Semasa foi instalada no dia 8 de março. A previsão inicial era que os trabalhos terminassem no início de maio, mas o prazo acabou sendo prorrogado para 4 de junho.

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