Rejeição leva Nilza a encerrar contrato com a Casmil

A Indústria de Alimentos Nilza, check de Ribeirão Preto, order que atua no mercado de leite longa vida integral (UHT), devolveu à Cooperativa Agropecuária do Sudoeste Mineiro (Casmil), de Passos (MG), várias cargas de matéria-prima rejeitada. Em julho último, a rejeição foi maior (30%, 20 vezes mais que a média anual de rejeição, que é de 1,5%) e o contrato de fornecimento, no mercado spot (avulsos), foi encerrado.

A Casmil é uma das duas cooperativas investigadas pela Polícia Federal, na Operação Ouro Branco, por adulterar o leite integral – nela era usada água oxigenada (peróxido de hidrogênio), que aumentava a durabilidade do produto. A junta interventora da Casmil, que assumiu a direção por determinação judicial, não se manifesta por fatos passados.
Segundo o diretor industrial da Nilza, Marcelo Nogueira, testes simples podem detectar adulterações no leite durante a rotina de laboratório após a coleta do material no caminhão, antes que esse descarregue o produto na empresa.

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“Não dá para falar se a rejeição foi exatamente por isso (água oxigenada), mas tinha uma quantidade a mais de defeitos”, disse Nogueira. “Isso nos preocupa, pois o controle de qualidade é mantido aqui na empresa”, enfatizou ele. A Nilza capta diariamente 600 mil litros de leite, de cerca de 250 fornecedores (25% diretos de produtores próprios, 50% de fornecedores contratados e 25% de avulsos). A empresa produz leites UHT (integral, desnatado e semidesnatado), queijos e manteiga.

Nogueira disse que a empresa faz cerca de dez testes de detecções de produtos inadequados ao leite, que duram cerca de cinco minutos, seguindo a Instrução Normativa 51, do Ministério da Agricultura. Alguns dos itens avaliados são temperatura, presença de inibidores (substâncias, como antibióticos), acidez (pH), densidade, teor de gordura, crioscopia, redutase (resistência à quantidade de bactérias), extrato seco (a parte sólida) e alizarol (resistência ao álcool). Esses testes detectam com facilidade o uso de água oxigenada e soda cáustica (usada em cooperativa de Uberaba).

A Casmil integrou um pool de cooperativas que formava a Central Leites Nilza, que teve problemas financeiros e foi desfeita. Os ativos da central foram adquiridos por Adhemar de Barros Neto, presidente da Nilza, em dezembro de 2005. A Nilza fez testes também no Lanagro, em Campinas, um laboratório do governo federal, para garantir a qualidade do leite recebido e oferecido ao consumidor. Devido à investigação do leite em todo o País, a PF também recolheu produtos da Nilza para análises.

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