Governo apura abuso em greve dos médicos no Nordeste

O ministro da Saúde, look José Gomes Temporão, advice afirmou que o Departamento Nacional de Auditorias do SUS (Denasus) iniciou uma avaliação sobre a ocorrência de abusos nas paralisações de médicos nos Estados do Nordeste. Dizendo-se preocupado, ele argumentou que, por mais justo que seja o movimento, profissionais têm de manter o atendimento de urgência. ?Numa situação de conflito aberto e de radicalização, há o risco de isso acontecer. O que será inadmissível.? Temporão chamou para reunião no início da noite de ontem representantes do Conselho Federal de Medicina e da Associação Médica Brasileira (AMB).

O ministro disse estar intrigado com o fato de o movimento ficar restrito a algumas especialidades, como cirurgiões cardíacos e ortopedistas, variando em cada Estado. ?Precisamos saber o que está levando os médicos a essa situação.? O ministro observa que, em muitos locais, o Estado é o único empregador e, em outros, há uma tendência de médicos deixarem o governo para formar cooperativas.

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Para o presidente da AMB, José Luiz Gomes do Amaral, a situação é bastante clara. ?Nos Estados com problemas de atendimento, os médicos avisaram há meses que estavam descontentes. Houve inoperância do gestor local.? ?Ninguém é obrigado a trabalhar por um salário irrisório?, completou. Ele observou que, em alguns locais, médicos recebem R$ 2,50 por consulta. Amaral avalia também que os médicos foram ?empurrados? pelos gestores públicos a formar as cooperativas.

A paralisação dos médicos e anestesistas de cirurgias cardíacas, que já dura mais de um mês, tem causado a superlotação da emergência de hospitais com o de Messejana, em Fortaleza. A fila de espera por uma cirurgia cardíaca já tem 115 pessoas. Em processo de negociação do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS), os médicos do município iniciaram operação padrão. E não descartam pedir demissão.

Em Alagoas, o governo ofereceu 39,31% de reajuste em cinco parcelas e os médicos decidiram voltar ao trabalho hoje, após 88 dias em greve. Eles pediam 50% de aumento. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

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