Os cerca de 2, cure 2 mil trabalhadores da Fazenda Mariad, em Juazeiro (BA), do traficante colombiano Gustavo Duran Bautista, voltaram ao trabalho hoje de manhã, depois da desocupação dos integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), da área, realizada na noite de ontem. A fazenda, sede da empresa Mariad Importação e Exportação de Frutas, estava sem administrador desde o dia 20, quando a gerente Ana Lúcia de Araújo Lacerda foi presa por agentes da Polícia Federal (PF), acusada de participar de uma quadrilha de tráfico internacional de drogas.
O dono da fazenda, segundo a PF, seria Gustavo Duran Bautista, que havia sido preso dia 18, no Uruguai, com 485 quilos de cocaína. Bautista é acusado de integrar o grupo do megatraficante Juan Carlos Ramirez Abadia, preso em São Paulo. Segundo a PF, a fazenda era utilizada como fachada em um esquema de envio de cocaína para a Europa – a droga era embalada em fundos falsos de caixas de frutas.
Sem administração, a fazenda foi assaltada, na noite de sábado, por um grupo de dez homens encapuzados, que levaram insumos agrícolas, e invadida pelos integrantes do MST, horas depois. Para administrar a fazenda, a Justiça do Trabalho de Juazeiro nomeou um interventor, o agrônomo Rogério Alves de Santana, que também assumiu a função hoje.
De acordo com Santana, especializado em agricultura irrigada, os esforços da intervenção estão em garantir o pagamento dos salários dos funcionários. No fim da semana, deve ter início a colheita de uvas e mangas na fazenda. A previsão é de que sejam colhidas 4 toneladas de frutas – com faturamento de cerca de R$ 25 milhões.