Na manhã desta quinta-feira (29), cerca de mil alunos da rede estadual saíram às ruas com máscaras, cartazes e faixas em mais um protesto contra a reorganização e o fechamento das escolas na região. A concentração dos estudantes começou às 7h, em frente ao colégio Dr. Américo Brasiliense, em Santo André, e, a partir das 8h15, eles seguiram em marcha rumo à Diretoria de Ensino da cidade para exigir alguma medida contra o encerramento das atividades das unidades escolares.
A Secretaria de Educação do Estado de São Paulo divulgou nesta quarta-feira (28/10), uma lista com todas as escolas que serão fechadas. Especulava-se que o Colégio Américo Brasiliense poderia ser atingido, mas a escola foi poupada.
Em Santo André, serão fechadas as escolas Professor José Augusto de Azevedo Antunes e Valdomiro Silveira e, em São Bernardo, apenas uma, a Tito Lima. Ribeirão Pires perderá três unidades: Professor Álvaro Trindade de Oliveira, Fortunato Pandolfi Arnoni e Santinho Carnavale.
“O governador está tentando enfraquecer os movimentos contra a reorganização. Mas não adianta, o que ele fechar, nós vamos ocupar”, afirmou o presidente da UMES (União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo) e organizador do evento, Wendel Alves.
A vereadora de Santo André, Bete Siraque (PT), esposa do deputado federal Vanderlei Siraque (PT), também compareceu ao evento e se solidarizou com alunos, pais e professores que se acham prejudicados pelos remanejamentos. “Fechar as escolas é condenar nossa juventude ao fracasso. Nós queremos os nossos jovens dentro de escolas, não vamos deixar o Estado desorganizar a educação”, disse.
Ação no MP
Uma ação também está sendo realizada pela vereadora com nomes de alunos, pais e professores contrários à reorganização que vem sendo realizada pela gestão de Geraldo Alckmin (PSDB). O documento seria entregue ainda nesta quinta-feira ao Ministério Público. “A reorganização está atingindo os alunos, mas nós precisamos nos unir. Somos todos nós juntos que estamos protestando, não sou só eu”, disse a petista. A vereadora promoveu uma audiência pública na Câmara de Santo André, no começo do mês para discutir as mudanças na rede pública de ensino na cidade.
A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa do governo do Estado, mas, até o fechamento desta matéria, não obteve nenhuma resposta sobre a situação dos professores. Ainda não se sabe se os docentes também serão remanejados, assim como os estudantes, ou se serão afastados ou demitidos.
Grana faz crítica a Geraldo Alckmin
O prefeito de Santo André, Carlos Grana, participou do protesto realizado em frente à escola Dr. Américo Brasiliense e aproveitou para criticar o governador Geraldo Alckmin. Segundo o chefe do executivo, o governo estadual falhou na forma de adotar as medidas na área da Educação e não foi nada transparente.
“Soubemos da medida através da imprensa. O governo do Estado errou no método e na forma de adotar estas medidas. Por isso, declaramos todo apoio ao movimento, que pode ser considerado vitorioso, uma vez que já conseguiu barrar a tentativa de fechar outras escolas na cidade”, afirmou.
O secretário municipal de Educação, Gilmar Silvério, reforçou as palavras do prefeito. “O governo do Estado vai contra o movimento de valorização do setor. Diz que é para melhorar a qualidade, mas o que temos visto é que estas medidas não têm dado resultado positivo”.