Após pior ano da história, Azulão aposta em novatos para retornar à elite

Nairo rebate críticas e acredita em volta do Azulão. Foto: Rodrigo Lima

“Não queremos jogadores que já chegam com Nike no pé. Têm de passar pelas Havaianas primeiro.” A declaração é de Nairo Ferreira, presidente da AD (Associação Desportiva) São Caetano. Em entrevista exclusiva, o dirigente comentou a fase terrível para o clube em campo ao longo de 2013 – “o pior da história” –, revelou que aposta em jogadores desconhecidos em 2014, e ainda disparou críticas à atual composição e a ex-jogadores. “Temos um grupo bom, mas sem comprometimento com o clube”, cutuca. A entrevista completa com o cartola do Azulão está disponível em vídeo no portal do RD. A seguir, você confere os principais trechos.

Repórter Diário: 2013 foi um ano ruim para o AD. Foi a pior temporada desde que você assumiu?

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Nairo Ferreira: Foi o pior ano da história do São Caetano. Estou desde 1996 na presidência, e digo que 2013 não passou na minha vida, pois fui de 2012 direto para 2014. Foi ruim em todos os campeonatos e tivemos dois rebaixamentos. A equipe não encaixou. Vamos começar 2014 com competições difíceis, e retornar para colocar o São Caetano no lugar dele.

RD: Dizem que a culpa pela fase ruim é da diretoria do clube. Inclusive, um dos maiores jogadores do São Caetano, o Adhemar, é muito crítico à atual gestão. Como você lida com essa crítica?

Nairo: Eu não vou dar ouvido ao que o Adhemar fala ou deixa de falar. Ele ficou aqui quatro anos e jogou apenas um. A diretoria sempre trabalhou da mesma forma. O que acontece é momento do futebol. Quem tem que ser culpado é o grupo de jogadores. O São Caetano paga todo mundo em dia. Eu não perco o gol, o diretor não joga e o treinador não bate pênalti. Temos um grupo bom, mas sem comprometimento nenhum com o clube.

RD: Em 2013, o São Caetano apostou em jogadores renomados como Rivaldo e Jobson. Neste ano, o clube vai atrás de medalhões no mercado?

Nairo: O Rivaldo tem um passado maravilhoso no futebol, mas não rendeu o que esperava. O Jobson também é um grande jogador, inclusive faz sucesso fora do país, mas não deu liga aqui. Talvez mal utilizado, não sei. Mas o assunto dentro do São Caetano é comprometimento, vão sair 16 ou 18 jogadores, quem ficar e quem chegar, têm de vir com Havaianas no pé e sair de Nike, tem que ter vontade de vencer. O clube vai voltar às suas origens. Não vamos trazer jogadores que já chegam de BMW, X5 e que trata o São Caetano como mais um.
RD: Desde 1998 o São Caetano não disputa uma série A2 de Campeonato Paulista, e desde 2000 que não participa de uma série C de Brasileiro. Como o time se prepara para essas competições?

Nairo: Não pode abaixar o nível do futebol, o São Caetano compete como equipe de série A1, e de série A. São competições diferentes, mas voltamos como time grande, todos vão querer ganhar do São Caetano. O objetivo é classificar entre os quatro.

RD: No ano passado, o Azulão teve média de público de 581 pagantes. O que o clube vai fazer para ter de volta a presença do torcedor?

Nairo: O São Caetano sempre teve esse problema de torcedor, todos os times do ABC. A história do São Bernardo é totalmente diferente, e eu prefiro não falar nada, pois a estrutura deles é para levar público aos estádios. São Caetano não tem a estrutura para isso, nem Santo André, Palestra, Água Santa. Nosso público prefere ficar na televisão. Não vamos fazer nada para trazer o torcedor, só se for buscar na casa dele. O que era para ser feito, já foi.

RD: Mesmo com a má atuação, o clube vai subir algum jogador para o nível profissional?

Nairo: Sim, já temos cinco meninos que estão em Águas de Lindóia com o grupo. Esse time da Copa São Paulo era um time novo, então não esperávamos muita coisa, era mais para experiência do que esperar qualquer resultado.
 

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