Mobilidade urbana não está só na infraestrutura

Durante o Ciclo de Palestras do Repórter Diário, promovido nesta terça na USCS – Universidade Municipal de São Caetano -, os palestrantes enfatizaram que o problema é mais complexo. (Foto: Forlan Magalhães)

Engana-se quem pensa que o caos da mobilidade urbana, um dos maiores gargalos da região, está atrelado apenas ao estrangulamento viário. Durante o Ciclo de Palestras do Repórter Diário, promovido nesta terça na USCS – Universidade Municipal de São Caetano -, os palestrantes enfatizaram que o problema é mais complexo.

O gestor do INPES, Instituto de Pesquisa da USCS, Leandro Prearo, citou o crescimento populacional da região – acréscimo de 1 milhão de habitantes em 30 anos – como um dos fatores de impacto. Segundo ele, o crescimento médio foi de 55 por cento, porém, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra tiveram um incremento de mais de 100 por cento.

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“Mobilidade urbana não é só infraestrutura. É política pública para fincar as pessoas perto de casa, explicou em tom de provocação no debate. Atualmente, segundo ele, 540 mil trabalhadores do ABC trabalham em uma cidade, mas residem em outra, o que provoca um aumento no caos viário por conta do deslocamento. “Desses, 193 mil trabalham em cidades fora da região”.

Já a coordenadora do GT – Grupo de Trabalho – do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, Andrea Brisida, reconheceu que a resolução dos problemas da mobilidade urbana não são a curto prazo, mas afirma estar otimista quanto a agilidade na materialização de investimentos, principalmente federais.

“A presidente Dilma anunciou um repasse de verba importante do PAC Mobilidade. O governo federal ajudou, inclusive, no projeto da Linha 18 Bronze, do chamado Metro ABC, que trará impacto positivo para a região”, disse.

Atualmente, com perspectiva de grande impacto, a obra mais perto de virar realidade é justamente a Linha 18. Serão 20 KM de extensão com 18 estações que sairão do Tamanduatei e seguirão por São Caetano, Santo André e São Bernardo.

As obras devem ter início no primeiro semestre de 2014 e durarão 24 meses. O rodoanel, cujo traçado do trecho leste interfere diretamente no ABC, terá todo o seu traçado concluído, segundo projeções, até o próximo ano.

Já a Linha Ouro do Metro, que estenderá o trajeto do Jabaquara até Diadema, o VLT que ligará o ABC até o aeroporto de Guarulhos e o tão falado Expresso ABC – linha paralela e sem paradas do trem, no mesmo traçado da Linha 10 Turquesa, são ações impactantes, mas sem previsão de início.

Por fim, o professor Arquimedes Pessoni, que também é jornalista e mestre e comunicação, com experiencia no setor público, citou vários exemplos de problemas enfrentados no cotidiano das pessoas, desde as dificuldades para a utilização do transporte coletivo quanto locais que fazem do estacionamento público, um reduto de áreas privadas demarcadas.

“O debate foi bom e deve ter sequencia. Vamos ficar na torcida para que os projetos e verbas se concretizem em obras que possam melhorar a vida das pessoas na temática da mobilidade urbana”.

Impresso

Na edição desta quinta, o jornal Repórter Diário trará em sua versão impressa matérias aprofundadas com detalhes das discussões feitas no Ciclo de Palestras. 

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