Temer diz que irá apresentar emenda à reforma política

O presidente nacional do PMDB, deputado federal Michel Temer, anunciou hoje, em Curitiba, que vai apresentar, em nome do PMDB, uma emenda ao projeto de reforma política, propondo o voto majoritário para as eleições de vereadores, deputados estaduais e federais. “Os mais votados serão os eleitos”, acentuou. “É a reforma política que o povo mais entende.” Ele esteve em Curitiba para proferir palestra sobre a reforma política a integrantes do Tribunal de Contas do Estado, dentro das comemorações de 60 anos da instituição.

No entanto, o deputado salientou que sua proposta somente terá sentido se for acompanhada da tese da fidelidade partidária. “Num primeiro momento pode parecer desprestigiamento da legenda partidária, mas no instante em que coloca a fidelidade absoluta e a idéia de que os mais votados são os eleitos é uma reforma política de fácil compreensão pelo povo”, argumentou. “O que o povo não entende muitas vezes é que um recebe 80 mil votos e não é eleito, enquanto um que recebeu 275 votos é eleito.” Ele se referia à eleição de Vanderlei Assis, em 2002, quando estava filiado ao Prona, “puxado” pela grande votação feita por Enéas Carneiro.

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Sobre a lista fechada, rejeitada pela Câmara dos Deputados, Temer reconheceu que se tratava de um “tema complicado”. Segundo ele, até mesmo entre a bancada era difícil todos entenderem como funcionaria. “No geral, as pessoas não compreendem”, disse. O deputado salientou que não tem preocupação com as críticas de que está havendo demora na votação do projeto. “Graças a Deus está sendo feito de maneira lenta”, exclamou. “Temos a concepção de que o Legislativo eficaz é o Legislativo rápido, mas Legislativo rápido significa sempre legislação apressada e legislação apressada significa que não houve audiência de todos os setores sociais.”

Questionado sobre se não seria preciso realizar uma reforma dos políticos antes de se fazer uma reforma política, Temer disse que os parlamentares não chegam ao poder levados por “centelha divina”, mas pelo voto popular. “Muitas vezes os que recebem votação maciça não são os que melhor se desempenham no Poder Legislativo”, ponderou. “A partir do aprimoramento das instituições você consegue fazer com que os que chegam ao Legislativo aprimorem também suas tarefas.”

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