Casagrande diz que convite para ser relator foi retirado

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O senador Renato Casagrande (PSB-ES) disse que o presidente do Conselho de Ética do Senado, senador Leomar Quintanilha (PMDB-TO), suspendeu o convite que lhe havia feito para ser o relator do processo em que o presidente da Casa, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), é acusado de quebra do decoro parlamentar. Segundo Casagrande, Quintanilha disse que, antes de confirmá-lo na relatoria, precisaria fazer uma “avaliação jurídica” do processo contra Calheiros para verificar se haveria alguma “improcedência” na acusação segundo a qual o presidente do Senado teria pago despesas pessoais com dinheiro do lobista Cláudio Gontijo, da empreiteira Mendes Júnior.

Casagrande disse que, até agora, não entendeu o que levou Quintanilha a tomar essa atitude, pois este anunciou ainda antes de ser eleito presidente do Conselho que o escolheria para ser o relator. Para hoje estava previsto um encontro dos dois, no qual Casagrande responderia ao convite. A conversa, porém, não aconteceu. De manhã, Quintanilha não foi visto no Congresso. Seus assessores diziam que ele estava no médico, e o encontro ficou para a parte da tarde.

Casagrande disse que procedimentos como o do presidente do Conselho deixa o Senado totalmente fragilizado perante a opinião pública, que deseja a investigação do processo contra Calheiros. “O que eles (senadores) ainda não entenderam é que o Senado, hoje, é o Conselho de Ética, e o Conselho de Ética é o Senado. A partir do momento em que tentam manobrar os trabalhos do Conselho, quem perde é a instituição (Senado)”, afirmou Casagrande.

E acrescentou: “Se Leomar tentou usar meu nome para facilitar sua eleição para presidente, pode ter sido um tiro no pé, porque, até mesmo para a defesa do Renan, já está mais do que comprovado que a única saída é a investigação para provar sua inocência. Essas manobras estão passando do limite. É necessário o encaminhamento do processo no Conselho”.