Governo admite analisar pedido de asilo de profissionais

Diante das críticas, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, mudou o tom do discurso e afirmou que o País poderá analisar eventuais pedidos de asilo de profissionais inscritos no programa Mais Médicos. Isso valeria tanto para cubanos quanto para médicos de outras nacionalidades. “Vamos analisar quando houver um motivo”, disse. No dia 24, o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, havia afirmado que essas solicitações não seriam possíveis.

Padilha também rebateu a acusação de que médicos cubanos teriam os passaportes recolhidos. “Podem checar”, afirmou, sugerindo ainda que deputados avaliassem as condições de trabalho dos profissionais. Pouco antes, o deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO) havia dito que os passaportes ficariam retidos, que prefeitos seriam “inocentes-úteis e corresponsáveis pelo pagamento de trabalho escravo”, como ele caracterizou o serviço dos cubanos. “Ministério Público do Trabalho e procuradores regionais, por sugestão nossa, vão acompanhar in loco a atuação deles”, disse Padilha. Ele sugeriu que deputados também fizessem esse acompanhamento.

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Depoimento

Entre os ouvidos na audiência, estava o médico cubano Carlos Gimenez, que fugiu do país, passou por um período na Bolívia e está no Brasil há 12 anos. Durante o discurso, interrompido por aplausos e muitas vaias, Gimenez afirmou ser favorável ao programa. Ressaltou que médicos cubanos têm ótima formação, mas defendeu a necessidade de se assegurar para esses profissionais um tratamento semelhante ao que é concedido para os demais estrangeiros pelo governo federal. “Os cubanos não precisam ter um vínculo empregatício em Cuba. Lá, eles trabalham 60, 70 horas e ganham R$ 70. Eles vêm felizes para cá, pois vão ganhar US$ 200, US$ 300. O resto quem vai embolsar é o patrão, o explorador, a ditadura.”

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