Governo Grana revoga licença para Aidan trabalhar na Assembleia

A prefeitura de Santo André, comandada pelo petista Carlos Grana, vai revogar a portaria que tornou oficial a concessão de licença “sem prejuízo dos vencimentos e das demais vantagens do cargo” ao ex-prefeito e médico plantonista da cidade, Aidan Ravin (PTB), para que ele pudesse atuar na Assembleia Legislativa do Estado. Segundo Grana, o governo tomou conhecimento, nesta terça (23), de um segundo ofício encaminhado a pedido do deputado Edson Ferrarini (PTB), solicitando que a licença fosse cancelada. “Vou assinar nova portaria para publicação no Diário Oficial, tornando sem efeito a licença concedida há alguns dias”, defendeu.

O novo documento apresentado à imprensa por Grana data do dia 12 de julho, poucos dias antes de o Paço aceitar a licença solicitada pela Assembleia. Na ocasião, o próprio ex-prefeito saiu em defesa da transação, que é sustentada pela Lei Complementar nº 1.136 de 25 de abril de 2011, norma que cede aos deputados o direito de viabilizar até três funcionários sem custos ao parlamento estadual.

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Em nota à imprensa, Aidan sustentou que a cúpula do PTB voltou atrás, ainda na semana passada, nas tratativas para que ele fosse lotado em um cargo próximo ao deputado e presidente estadual do partido, Campos Machado. O informe aponta que o núcleo entende que “o trabalho como assessor parlamentar pode limitar a conquista dos objetivos”.

Uma reunião entre Campos Machado e o médico petebista está marcada para a noite desta terça. Em discussão, uma nova estratégia que mantenha o ex-prefeito em seu reduto eleitoral. “Para o PTB, o importante é manter Aidan nos arredores de Santo André, cuidando de sua base eleitoral e conquistando novos aliados, o que seria difícil estando em um cargo fixo no gabinete do deputado estadual do partido”. Paralelamente ao episódio, a expectativa é de que Aidan ocupe espaço mais próximo ao governo estadual. “O local em que estará desempenhando este trabalho será definido ainda nos próximos dias em conjunto com Campos Machado”.

Após perder a última disputa eleitoral, Aidan, médico concursado há mais de duas décadas, retomou seu posto no Pronto Atendimento da Vila Luzita, mas foi transferido recentemente para a unidade 24 horas do bairro Sacadura Cabral. Alegando perseguição política por parte da gestão petista, Aidan se nega a aceitar a transferência. “Não está descartada a volta da atuação de Aidan como médico, desde que as condições de trabalho sejam adequadas e respeitem a sua história como profissional dedicado à Vila Luzita e região há mais de 22 anos”, diz a nota.

O prefeito Carlos Grana, por sua vez, afirmou que a questão é de responsabilidade da pasta de Saúde, liderada pelo secretário Homero Nepomuceno, e que, por isso, não vai interferir no caso. “A Secretaria tem que ver onde há mais demanda por médicos”, rebateu o prefeito.

Levantamento

O prefeito Carlos Grana disse que deve concluir nesta terça (23) o levantamento que solicitou à sua equipe de governo, a respeito do número de servidores com licença sem prejuízo de remuneração emprestados pelo Paço a outros órgão público. “Estamos checando novamente os dados”, comentou. Na estimativa apresentada pelo secretário de Administração, Antônio Leite, na semana passada, 59 servidores encontram-se nessa condição. O chefe do Executivo andreense disse suspeitar de que o número seja superior ao apresentado inicialmente.  

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