Secretário de Santo André defende importação de médicos

Homero ainda rebateu os apontamentos de entidades representativas dos profissionais de Medicina, que afirmam que a questão não é a falta de médicos, mas de infraestrutura.

Essa semana, em entrevista ao RDtv, o secretário de Saúde de Santo André e ex-presidente da Fundação do ABC (FUABC), Homero Nepomuceno, defendeu, em caráter emergencial, a oferta de mais 50 vagas em 2014 pela Faculdade de Medicina do ABC (FMABC), além da criação de um campus da entidade em São Bernardo, com a criação de mais 100 vagas de Medicina na região. O titular sustentou que a medida é necessária para suprir a falta de profissionais no ABC. Segundo levantamento inicial realizado pelo Consórcio Intermunicipal Grande ABC, as sete cidades da região somam um déficit de aproximadamente 2 mil médicos.

O titular ainda avaliou que a pretensão do Ministério da Saúde em trazer médicos estrangeiros para atuar temporariamente no País está em consonância com as condições questionáveis do sistema público de Saúde. Segundo dados do governo federal, o Brasil dispõe, atualmente, de 1,83 médico para cada mil habitantes. A meta é alcançar 2,5 profissionais para cada mil pessoas, se aproximando da Inglaterra, que tem 2,7. Para isso, a Pasta comandada pelo ministro Alexandre Padilha quer importar profissionais para atuar em áreas distantes e nas periferias, sem a necessidade de revalidação do diploma, com contrato de até três anos e salário de aproximadamente R$ 10 mil.

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“Nós levamos, no mínimo, oito anos para formar um médico (contados os seis anos de graduação e período extra de residência médica). Se abrirmos mais vagas hoje, esses profissionais estarão preparados daqui a muitos anos. Temos de ter as duas medidas: abrir mais vagas em faculdades de qualidade, de preferência públicas, e trazer mais médicos para atuar em regiões periféricas e no Nordeste”, comentou o secretário de Santo André.

Homero ainda rebateu os apontamentos de entidades representativas dos profissionais de Medicina, que afirmam que a questão não é a falta de médicos, mas de infraestrutura. “As críticas dessas associações se dão por desinformação. Os médicos não irão concorrer na rede privada. Além disso, o Brasil está impedido de trazer médicos de países com IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) inferior ao nosso”, explicou. A entrevista completa com o secretário está disponível no site reporterdiario.com.br.

“Balanço é positivo”

Nepomuceno avaliou que, após seis meses à frente da Pasta de Saúde, o balanço é positivo. O titular afirmou que assumiu a secretaria com passivo na ordem de R$ 40 milhões. “Essa dívida representava mais de 20% do nosso orçamento, que hoje é de R$ 380 milhões, mas já conseguimos equacionar esse valor ao longo dos meses”, pontuou.

O secretário, que participa nesta sexta (5) da reunião de planejamento do primeiro escalão do governo Carlos Grana (PT), destacou uma série de ações que foram colocadas em prática desde que o petista assumiu o Paço, no início de ano. “Nós dobramos o número de leitos da UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Centro Hospitalar; inauguramos, na vila Vitória, um centro de atendimento 24 horas para pacientes com problemas psiquiátricos, além de duas repúblicas terapêuticas, para adultos e adolescentes, e uma unidade móvel que atende a moradores de ruas.

Na pauta de negociação com o governo federal, o titular ressaltou ainda que o município aguarda a assinatura de convênio para a construção de novas unidades de pronto atendimento (UPAs). Hoje, Santo André conta com três unidades, e a meta do governo Grana é construir mais quatro até o final de 2017, além de angariar verbas para investir no hospital destinado ao atendimento de pacientes crônicos, na vila Luzita, que conta com 75 leitos.

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