PT diz agora que é contra reeleição

Depois de muita polêmica, o PT recuou ontem e decidiu, na última hora, incluir na resolução do Diretório Nacional uma curta referência à reeleição, ao abordar a reforma política. Objeto de acaloradas discussões, o texto diz apenas que o partido reafirma sua posição histórica contra a reeleição, mas não trata o assunto como essencial na reforma. Ao contrário: o documento sugere que o PT não mexerá uma palha, ao menos por enquanto, para impedir que presidente, governadores e prefeitos possam conquistar um segundo mandato.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer que o Congresso aprove emenda constitucional para acabar com o instituto da reeleição. Lula também avalia que o mandato presidencial deve aumentar de quatro para cinco anos. O PT, porém, está dividido em relação ao tema.

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“Quem inventou a reeleição e colocou o bode na sala foi o PSDB e quem quer lidar com esse assunto agora é o PSDB, porque tem dois potenciais candidatos à Presidência e não sabe o que fazer”, disse o secretário de Relações Internacionais do PT, Valter Pomar, numa referência aos governadores de São Paulo, José Serra, e de Minas, Aécio Neves.

Foi o ex-ministro da Saúde Humberto Costa – hoje secretário de Cidades do governo de Pernambuco – que pediu a palavra no encerramento da reunião para alegar que o PT não podia deixar de mencionar sua posição histórica contrária à reeleição. “Isso não estava no texto original, mas encaixamos uma emenda”, admitiu o tesoureiro do PT, Paulo Ferreira. “Hoje, muitos são favoráveis à reeleição, sobretudo os governadores e prefeitos.”

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