Inverno requer cuidados com doenças respiratórias

Comer a cada três horas e ter uma dieta balanceada faz toda a diferença. No cardápio, frutas, verduras verdes, escuras principalmente, indica a otorrinolaringologista Silvana Bellotto.

O inverno começou oficialmente na sexta-feira (21/06). O que para muitos é sinônimo de uma boa temporada, em especial para quem gosta de desfrutar das cidades serranas, para outros pode acarretar uma série de problemas respiratórios, já que a umidade do ar fica mais baixa nesse período.

À RDtv, a otorrinolaringologista do Hospital e Maternidade Assunção, Silvana Bellotto, explica que nessa época do ano, as pessoas ficam mais suscetíveis às doenças no trato respiratório superior e inferior. “Com o frio, a temperatura do corpo cai e para manter o metabolismo, a gente gasta mais energia. Por isso, a imunidade baixa e ficamos sensíveis às mudanças de clima. Idosos, crianças e pessoas alérgicas sofrem um pouco mais”, diz.

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Os problemas mais comuns são os processos virais, como traqueítes, resfriados e gripes comuns. O resfriado é o quadro mais leve que a gripe, e é importante diferenciar, segundo Silvana. “É um quadro de obstrução com corizas, espirros, etc. Já a gripe é mais severa, tendo sintomas de dores nos músculos, febre mais alta e chances maiores de complicação. Os vírus têm uma duração no corpo auto-limitado, ou seja, causam os efeitos por cinco a sete dias. Depois disso, não ficam mais no corpo. Com ou sem tratamento, os sintomas vão passar, mas a gente alivia com medicamentos sintomáticos, já que geram muito desconforto”, destaca a especialista.

Silvana ressalta os cuidados para evitar uma evolução do quadro para a pneumonia. “Tem que ficar atento aos sintomas. Nos primeiros sinais de febre alta, acima dos 38, falta de ar, chiado ou ruídos no peito, além de dor ao tossir, mal estar geral, tem de procurar o médico”, diz. Os sinais de gravidade da doença levam à internação, quando especialistas precisam se utilizar de procedimentos cirúrgicos e drenagens para desobstruir os pulmões.

Bronquite ou asma também são recorrentes no inverno. Como processos alérgicos aos quais algumas pessoas podem ter predisposição genética, aliados ao fator clima, podem se agravar. “Quem tem hipersensibilidade a poluição, perfume, cheiro de produtos de limpeza ou ácaros, por exemplo, pode desenvolver sintomas característicos, que evoluem para falta de ar e chiado. Isso pode até levar o indivíduo ao quadro de insuficiência respiratória, por conta da fadiga, o que é perigoso e requer muito cuidado. Quando é um quadro mais grave, tem de procurar o serviço de saúde para fazer uma inalação”, enfatiza Silvana.

Outro processo alérgico delicado é a rinite, que pode evoluir para sinusite. “Ela pode complicar para quem está exposto a umidade, mofo, poeira, cheiros fortes, além de convivência com ar condicionado. Tem que usar medicações terapêuticas e, inclusive, preventivas. A gente sabe que dificilmente tem cura, mas dá para controlar bem. Diminuindo a rinite, se controla ou evita a sinusite. Aliás, é preciso controlar bem as ocorrências alérgicas, porque elas impactam nos processos respiratórios. Existem testes de pele e exames de sangue que identificam os tipos de alergia de cada pessoa. É importante descobrir isso”, relata a otorrinolaringologista.

Cuidados Especiais

Os impactos do inverno podem ser combatidos com a manutenção da imunidade. Segundo a especialista, para isso, é importante fazer atividade física, ter uma alimentação adequada, além de zelar pelo equilíbrio do sono. “O sono é muito importante. Tem que dormir pelo menos entre sete horas e meia a oito horas. Mas, não pode dormir demais. Nada além de nove horas. Regularidade e disciplina nesses horários, além de ambiente adequado, ou seja, sem luminosidade, são fundamentais”, explica Silvana.

A alimentação é outro fator essencial. “Comer a cada três horas e ter uma dieta balanceada faz toda a diferença. No cardápio, frutas, verduras verdes, escuras principalmente. Legumes também são muito importantes”, destaca. Os fumantes sofrem ainda mais, já que a prática resseca as vias respiratórias. “Para quem tem esse hábito, a hidratação constante, por meio de liquidos é indispensável. Lembrando que, em caso de qualquer sintoma anormal, deve-se procurar atendimento médico com urgência”, finaliza.  

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