Região se une para definir soluções contra enchentes

o Consórcio contratou o Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado (IPT) para elaborar os Planos Municipais de Redução de Riscos das cidades do ABC que ainda não possuem esse tipo de estudo.

As sete cidades do Grande ABC unem esforços contra enchentes e riscos de deslizamentos. As ferramentas conjuntas são mapeamentos às áreas de complexidade, além de mudanças viárias e ferroviárias, que foram discutidas na Oficina Técnica “Desafios da Gestão de Riscos Urbanos no Grande ABC”, promovida pelo Consórcio Intermunicipal, com apoio do Ministério das Cidades e da Universidade Federal do ABC. O encontro debateu demandas e intervenções necessárias para a redução dos riscos, além de respostas aos desastres naturais na região.

Em novembro do ano passado, o Consórcio contratou o Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado (IPT) para elaborar os Planos Municipais de Redução de Riscos das cidades do ABC que ainda não possuem esse tipo de estudo. A iniciativa teve investimento de R$ 680 mil, e simboliza o primeiro passo para elaboração de um Plano Regional. Segundo Eduardo Macedo, pesquisador do Instituto, outro passo fundamental é entender que o risco não ocorre só nas épocas de chuvas. “Temos de nos preparar antes que uma área de risco se forme. Essa gestão se insere na Administração Pública em geral. As cidades sempre terão algo para melhorar. Além disso, é preciso equilibrar as menores, que não tem tantos recursos, com as demais, avalia”.

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O pesquisador pontua que organização das sete cidades é fator preponderante para o sucesso no planejamento, já que tudo o que acontece em uma, influencia diretamente na outra. “Uma inundação afeta a cidade vizinha, por exemplo. Então, mapear as áreas de risco é fundamental. Fizemos Mauá ano passado, terminamos, agora, Rio Grande da Serra, e vamos começar em Ribeirão Pires. Nas demais, os planos estão prontos. Esse passo é o principal para esse ano. Além disso, outras ações, como disponibilizar os dados de estudo para a sociedade em geral, de modo que o cidadão possa conhecer os problemas e também atuar, são fundamentais”, ressalta Macedo.

Alteamento da ferrovia

A questão do transporte e da mobilidade é outro desafio, em especial por conta das enchentes, que impedem o tráfego entre os municípios. “Pudemos identificar, nas discussões de grupos, as limitações e oportunidades para gestão de risco, em especial no aspecto regional. Tem a questão da ferrovia. É necessário aproveitar a ação de modernização da rede, por parte do Governo Estadual, e repensar o trajeto, por meio de um alteamento da rede, além de novos focos de drenagem. Precisa ser bem pensado e discutido”, explica Paulo Cesar Fernandes, peesquisador do Instituto Geológico (IG).

Segundo o pesquisador, a melhor solução é discutir as demandas de forma regionalizada. “Os sete municípios podem levar juntos a necessidade, o que facilitaria a resolução dos problemas. O grupo propôs solução integrada, já que a interlocução que o Consórcio propicia é muito eficaz. É bom que aproveitem essa motivação, estabeleçam os grupos e encaminhem as demandas aos prefeitos, para que repassem as necessidades aos governos do Estado e Federal”, enfatiza Paulo.

Rodovia Anchieta

Os grupos discutiram ainda os problemas do ribeirão dos Couros, na rodovia Anchieta, que tem como solução apontada a reorganização das drenagens. Paulo destacou que o melhor regramento de uso do solo, no Plano de Redução de Riscos de cada cidade, é fundamental para a eficácia do projeto conjunto. “As Defesas Civis são agentes primordiais na resposta à emergência, ou seja, lidar com a situação de risco quando ela ocorre. Essa troca de experiências permite aperfeiçoar a prevenção e o atendimento, o que é essencial”, finaliza o pesquisador.

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