Integrações de vias e transporte público devem aliviar trânsito no ABC

“A mudança cultural para que as pessoas deixem os carros em casa e passem a usar o transporte público é, certamente, o nosso maior desafio”, destaca Andréa, em entrevista à RDtv.

Congestionamentos e tráfego intenso não são, há muito tempo, exclusividade das grandes capitais, como São Paulo, local em que o paulistano se acostumou a gastar duas horas, em média, para se deslocar de um bairro não muito distante até o centro da cidade. No ABC não é diferente, em especial pela demanda crescente de carros novos nas ruas.

O desafio, na visão de Andréa Brísida, coordenadora do GT (Grupo de Trabalho) Mobilidade do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, é um plano que contemple melhoria das vias públicas, paralelamente ao avanço no transporte coletivo. “A mudança cultural para que as pessoas deixem os carros em casa e passem a usar o transporte público é, certamente, o nosso maior desafio”, destaca Andréa, em entrevista à RDtv.

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A coordenadora está fazendo a lição de casa, tanto que apresentou o projeto nesta semana a um grupo de 250 pessoas envolvidas com o tema, presentes à 55ª Reunião do Fórum Paulista de Secretários e Dirigentes Públicos de Transporte e Trânsito, sediada em Santo André. Na proposta, batizada de “Plano de Investimentos em Mobilidade Urbana na Região do Grande ABC”, 16 eixos prioritários, com 157 intervenções estão listados. Dos eixos, 13 são considerados fundamentais para a circulação do transporte coletivo, e três focam a circulação de tráfego geral, mas todos serão integrados diretamente com a melhoria do transporte coletivo.

Andréa explica que os eixos são interpretados como as ligações entre as cidades, como o corredor Sudeste. “É o trajeto que vem desde São Caetano, da avenida Guido Aliberti, passando pela Goiás, Giovanni Batista Pirelli, em Santo André, Capitão João Ramalho, em Mauá, chegando à Humberto de Campos, em Ribeirão Pires, e finalmente, fazendo acesso para Rio Grande da Serra”, detalha a coordenadora.

A proposta incorpora outro eixo, que vai contemplar o monotrilho, Linha 18 do Metrô. O trecho passará pelas avenidas Guido Aliberti e Lauro Gomes, seguindo pela marginal do córrego Taoca. “Esse trajeto é muito importante por causa da ligação direta com o metrô, uma conquista muito importante do prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho”, enfatiza Andréa.

O Consórcio já entregou o Plano de investimentos à ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão, Miriam Belchior, que na avaliação de Andréa, “gostou muito do que viu”. “A ministra é da região, já foi secretária em Santo André e entende a nossa demanda”, diz. Embora não tenha um valor fechado, a proposta estima um gasto total de R$ 7,8 bilhões para as 157 intervenções.

Todo o projeto deve seguir as diretrizes da Política Nacional de Mobilidade Urbana, priorizando o transporte coletivo por meio dos corredores exclusivos ou prioritários, além das obras viárias que deverão permitir fluidez no trânsito e desafogar os gargalos do transporte público.

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