Testemunhas confirmam saque e defesa convoca ex-prefeito

As cinco testemunhas de acusação que prestaram depoimento ontem (7) no Fórum de Mauá confirmaram os saques supostamente feitos pela ex-secretária de Finanças Valdirene Dardin, presa desde o dia 30 de setembro no CDP (Centro de Detenção Provisória) de São Bernardo. Valdirene foi denunciada pelo Ministério Público sob a acusação de crime de peculato (apropriação indevida de bens ou recursos públicos) por ter retirado R$ 230 mil dos cofres públicos. A defesa contestou as oitivas. Os advogados alegaram que houve pontos contraditórios e convocaram o ex-prefeito Osvaldo Dias (PT) para ser ouvido no dia 20.

Valdirene acompanhou o depoimento na sala de audiências da 6ª Vara de Mauá durante as quatro horas das oitivas, mas sem pronunciar uma só palavra. “Ela estava serena e tranqüila”, contou a promotora Adriana Soares. Apesar de ter direito a cela especial por ser formada em Matemática, a ex-secretária de Mauá divide um espaço de 12 metros quadrados com oito detentas. Isso porque nenhuma das cadeias possuem xadrez exclusivo a quem tem nível superior, conforme prevê a lei.

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O advogado Leonardo Musumecci Filho tentou novamente revogar a prisão preventiva, mas os promotores se posicionaram contra o pedido e o juiz Dirceu Brizola indeferiu o pedido. Com isso, Musumecci entrará com novo habeas corpus no STJ (Superior Tribunal de Justiça), em Brasília, uma vez que o TJ (Tribunal de Justiça) de São Paulo negou o recurso apresentado na semana passada.

Além do ex-prefeito Osvaldo Dias, a defesa também convocou o ex-secretário de Finanças, Sergio Trani, que atualmente ocupa a mesma Pasta em Suzano; o ex-secretário de Assuntos Jurídicos e de Governo, Pedro Lovato; e o ex-comandante da Guarda Civil Municipal, Dachir Ahamad Sati.

Prestaram depoimento como testemunhas de defesa pelo banco Santander Banespa o gerente Silvio Catarino, o tesoureiro Ailton e a caixa Rosa. Pela Prefeitura de Mauá foram a ex-encarregada de Tesouraria, Ivete Nicodemos Silva de Souza, e a funcionária da Secretaria de Finanças, Pedrina Aparecida de Oliveira. As declarações de Catarino foram as mais comprometoras. Ele confirmou o depoimento prestado ao Ministério Público, e disse que Valdirene foi duas vezes ao banco para “retirar dinheiro acondicionado em sacolas de supermercado”. Em outras duas oportunidades, o próprio gerente foi ao gabinete da ex-secretária para levar os recursos.

Após ouvir as testemunhas de defesa, o processo segue para as alegações finais e deverá ser concluído até o fim de novembro.

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