Revitalização da Prainha em Riacho Grande gera reclamações

Às margens da Represa Billings, muita gente tira proveito da represa para garantir o sustento da família. Na Prainha do Riacho Grande, em São Bernardo, a última preocupação dos trabalhadores é com as obras de revitalização do local, iniciada em junho de 2011 e que prevê, entre outras mudanças, a transferência dos 20 trailers, que vendem peixe e bebidas, da orla da represa para o calçadão, que fica bem perto.

Segundo a Prefeitura, a intenção é a qualificação do espaço e dos comerciantes do local, principalmente a regularização da situação dos trailers que ocupam a área de areia da represa. Com relação ao custo que as mudanças trazem à população que trabalha no local, a Prefeitura informa que vai auxiliar na busca de alternativas para concessão de crédito junto ao Banco do Povo.

Newsletter RD

As reclamações são as mais diversas. “Teremos de comprar barracas novas, que custam em média R$ 8 mil, por padronização exigida pela Prefeitura e isso gera dúvidas com relação ao nosso futuro aqui na Prainha, pois ficaremos endividados para cumprir um projeto deles”, reclama Antônio Sulpino de Sá Neto, comerciante no local há 16 anos.

Maria José Queiróz, mais conhecida como Dona Maura, afirma que o desestímulo aos banhos na represa é outro motivo de preocupação dos comerciantes, já que a Prainha traz aos frequentadores a sensação de estar numa praia do Litoral. “Com essa chamada urbanização, fica incerto se teremos o mesmo movimento e o nosso patrão é o povo. Se as pessoas não vierem, acabou nosso trabalho”, comenta.

Apesar das reuniões já realizadas entre os proprietários dos trailers e representantes da Prefeitura, muitos dizem que não sabem para onde vão e quando deixarão o local. Segundo a Prefeitura, o prazo de transição fica diretamente vinculado com o processo de produção dos novos quiosques de fibra.

Ao citar as melhorias feitas no Estoril, Luciano Canassa Soares, pescador nas horas de lazer, reclama da cobrança para entrar no parque. “Lá (no Estoril) costumava ser uma área de lazer aberta para a população, mas depois das reformas tudo é pago e isso afasta naturalmente o público”, diz.

Por outro lado, um dos funcionários responsáveis pela construção do deck central em frente à praça da Figueira, aponta o desafio de conscientização de cada cidadão para preservar o local. “Em geral, a obra é positiva, pois facilita o acesso de pessoas com algum tipo de deficiência e pode atrair mais público. Porém é um espaço cedido que deve ser bem aproveitado e isso depende de cada pessoa”, diz Marcos Paulo, armador civil e frequentador da represa. 

Receba notícias do ABC diariamente em seu telefone.
Envie a mensagem “receber” via WhatsApp para o número 11 99927-5496.

Compartilhar nas redes