Pinheiro diz que herdou de Auricchio R$ 264,5 milhões em dívidas

Paulo Pinheiro diz que dívida deixada por Auricchio compromete seu poder de investimento. Foto: Forlan Magalhães

O prefeito Paulo Pinheiro (PMDB) divulgou, na tarde desta quarta-feira (23/01), os dados relativos à saúde financeira de São Caetano. Segundo levantamento da Secretaria da Fazenda, o ex-prefeito José Auricchio Júnior (PTB) deixou cerca de R$ 264,5 milhões de restos a pagar, valores referentes à administração direta em 2012. O montante corresponde a 30,4% do Orçamento do ano vigente (R$ 870,1 milhões). 

A pasta de Saúde é a mais deficitária, com dívida de R$ 73 milhões. Educação vem na sequência, com R$ 22 milhões. Programas Sociais registram déficit de R$ 7,5 milhões. Os encargos sociais, como o pagamento de INSS não empenhados pela gestão anterior – o que pode dificultar a aquisição de verbas junto ao governo federal – totalizam R$ 31 milhões.

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“Isso vai nos dar problemas. Eu não vou pode investir tudo o que eu pretendia na área da Saúde, da Educação, e em outras áreas da administração. Isso prejudicou o meu governo”, disse Pinheiro. O balanço apresentado pela Prefeitura não inclui a situação financeira das autarquias e fundações.

Sem previsão para por a casa em ordem, a estratégia anunciada pelo Executivo é negociar o parcelamento das dividas e cortar gastos em todos os setores do governo. “Vou procurar negociar todas essas dividas com os credores, de maneira escalonada, ao longo do meu mandato, para poder fazer investimentos. As despesas serão cortadas em 30%, respeitando os compromissos de cada secretaria”, apontou o chefe do Palácio da Cerâmica, que prometeu cortar as gratificações de funcionários, além de reduzir o número de comissionados.

Ainda segundo o peemedebista, o pedido de economia deve se estender ao Legislativo. “Vou conversar com o presidente da Casa (Sidão da Padaria), inclusive, para que a Câmara gaste menos e devolva à Prefeitura o máximo de dinheiro possível.”

De acordo com a secretária da Fazenda, Merle Marlene Trassi, a dívida deixada por Auricchio resultou de gastos realizados fora da previsão orçamentária. “A previsão da receita (para 2012) se cumpriu, nós arrecadamos exatamente o que havia sido previsto no orçamento. O que aconteceu foi que a despesa criada foi maior do que a capacidade do município. Isso é um problema que o Tribunal de Contas vai julgar”, afirmou.

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