Nem que a vaca tussa o povo vai pagar 1 real pela integração de ônibus, diz Michels

Em sua primeira entrevista após ser eleito como prefeito de Diadema, concedida nesta terça-feira (30/10), em seu escritório na região central da cidade, Lauro Michels (PV) garantiu que em seis meses realizará uma completa reforma administrativa no município, com a auditoria nos contratos mantidos pela Prefeitura e o corte de 35% dos cargos comissionados, além de garantir a manutenção da integração gratuita nos terminais de ônibus da cidade.

“Se for necessário, nós vamos para a pista de trólebus, vamos parar o transporte. Vamos fazer o que for necessário. Isso eu garanto para o povo de Diadema. O povo não vai pagar 1 real lá dentro nem que a vaca tussa. Nós vamos fazer o possível e a Prefeitura vai arcar com esse gasto junto ao Governo do Estado”, diz Michels.

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Em relação ao fato do prefeito Mario Reali (PT) ter declarado que os petistas realizarão uma oposição histórica à sua gestão, Michels disse não temer que isto se reflita na governabilidade de sua gestão, já que coligação petista atingiu ampla maioria entre os nomes eleitos na Câmara. “Enquanto fui vereador, sempre fiz uma oposição séria e espero que façam o mesmo. Nunca deixei de aprovar projetos que favoreciam os cidadãos e eles também devem agir assim. O que não podem é se colocar como donos da cidade, que é apenas do povo”, declarou.

O prefeito eleito também classificou como “falta de respeito com a cidade”, o fato de ainda não ter sido procurado por Reali para iniciar o processo de transição entre as duas administrações.

Veja abaixo alguns trechos da entrevista:

RD: Quais são as prioridades para o primeiro ano de governo?
Michels:
Por a casa em ordem. Fazer as auditorias que devem ser feitas e cortar os cabides de emprego. Vamos cortar os 35% dos cargos comissionados que prometemos, para colocar a Prefeitura nos trilhos.

RD: Há um prazo para que chegue num nível ideal dos cargos comissionados, para que esse corte seja feito na prática?
Michels:
Vamos trabalhar nos seis primeiros meses em torno desta reestruturação administrativa, para que a prefeitura possa ter seu gerenciamento alterado e ter mais dinheiro, para que administração possa fluir com recursos próprios.

RD: E em relação à manutenção da integração gratuita nos terminais da cidade? O corte dos gastos em cargos é um fator que deverá ser levado em consideração para que a manutenção continue a ser gratuita para o cidadão?
Michels:
Nós não vamos deixar cobrar a integração no terminal de ônibus. Se for necessário, nós vamos para a pista de trólebus, vamos parar o transporte. Vamos fazer o que for necessário. Isso eu garanto para o povo de Diadema. O povo não vai pagar 1 real lá dentro nem que a vaca tussa. Nós vamos fazer o possível e a Prefeitura vai arcar com esse gasto junto ao Governo do Estado.

RD: Apesar da expressiva vitória, a coligação do PT elegeu a maioria dos vereadores e o prefeito Mario Reali (PT) afirma que os petistas farão uma oposição histórica aqui na cidade. A possibilidade desta tensão ser levada para a Câmara dos vereadores lhe ocupa? Como tratar essa questão?
Michels:
Não me preocupa nem um pouco. Como vereador, sempre fiz oposição, e oposição séria. Espero que a oposição do PT seja séria e que eles votem de acordo com os benefícios da população, como fiz e como sempre dei o exemplo. O que eles não podem querer é serem donos da cidade. A cidade é do povo.

RD: O prefeito Reali, realizou algum tipo de aproximação até mesmo para que essa transição entre as administrações possa começar?
Michels:
Não me procurou. Acho uma falta de respeito com a cidade. Porque são 145 mil pessoas que votaram na nossa coligação. Então, fico muito triste em saber que o atual prefeito não nos procurou, para que possamos estabelecer um saudável processo de transição.

RD: Em relação à corrida eleitoral: no primeiro turno, sua candidatura foi considerada como a maior surpresa do ABC ao chegar ao segundo turno. Na fase final, este cenário mudou bastante. Você conseguiu a grande maioria dos votos, com 40 mil votos a mais que a candidatura do Reali, que inclusive perdeu 10 mil votos em relação ao primeiro turno. Ao que você atribui esse sucesso?
Michels:
Foi trabalho. Nós temos um nome na cidade e um sobrenome muito forte, que tem origem dentro dessa cidade. Juntou a vontade de mudança com o prestígio, com o trabalho, com a vontade que eu tinha de fazer mudança na cidade e com a vontade do povo. Foi uma somatória de fatores que levaram a uma bela vitória, uma vitória que eu quero retribuir com muito trabalho para a população.

RD: Além da equipe de transição, outra dúvida que paira é a formação do secretariado. Sabemos que, no segundo turno, o PSDB da ex-prefeiturável Maridite de Oliveira e também do vereador mais votado, José Augusto, assim como PMN do Buiú, declinaram a seu favor. Esses partidos terão participação efetiva no governo? Alguns nomes já estão sendo decididos? Quando isso vai ser definido?
Michels:
Isso será definido a partir do momento em que começarmos a abrir diálogo com o Mário Reali, e assim que for empossado como prefeito.

RD: Para finalizar, o que o diademense pode esperar neste primeiro ano de mandato, em relação a projetos e iniciativas que entrarão em vigor.
Michels:
No primeiro ano desse mandato, vamos colocar a casa em ordem. O eleitor sabe que a cidade está bagunçada, sabe que a Prefeitura possui uma dívida intensa e tremenda, que iremos trabalhar para quitar. Podem esperar renovação no jeito de governar. Estarei nas ruas e não irei me ausentar. Conversaremos em conjunto para sabermos dos problemas. Quero a ajuda dos moradores, para que me orientem naquilo que poderei fazer para melhorar a vida das pessoas. 

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