Fundada em 1959, Diadema é a segunda cidade mais nova da região, perdendo neste quesito apenas para Rio Grande da Serra, cuja fundação data de 1964. O crescimento e a ocupação desordenada de seu território, com a maior taxa de densidade demográfica do ABC, fez com que o município apresentasse problemas que não foram completamente resolvidos pelos prefeitos que já administraram a cidade e a vida de seus 386.039 habitantes.
Além da óbvia preocupação com questões relacionadas à moradia, como a regularização fundiária, reurbanização e prevenção de acidentes em áreas de risco, outras questões que foram amplamente discutidas junto ao eleitorado diademense. Os candidatos também falaram sobre o déficit de vagas nas creches, com cerca de cinco mil crianças na fila de espera, a falta de médicos nos equipamentos de saúde e o possível cancelamento da integração gratuita entre o trólebus e os ônibus municipais nos terminais da cidade.
Baseados no fato de que nos últimos 30 anos a cidade foi comandada pelo PT, durante toda a campanha eleitoral, os candidatos Buiú da Praça, do PMN, Ivanci dos Santos, do PSTU, Lauro Michels, do PV, Maridite Oliveira, do PSDB e Vladão, PCB, adotaram discurso combativo em relação à atual
gestão do petista Mário Reali, ao atribuir a ele a culpa por problemas denunciados pelos munícipes.
Entretanto, ao contrário do que foi observado em outros pleitos eleitorais da região, Reali não utilizou de sua liderança apontada pelas pesquisas eleitorais, que sempre indicavam a possibilidade de reeleição já no primeiro turno, para fugir do combate ideológico junto a seus concorrentes, assim como fizeram seu colega de partido e prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho, e Aidan Ravin (PTB), chefe do Executivo de Santo André, que recorrentemente faltaram a este tipo de evento.
Promessas
Encabeçados pelo candidato Lauro Michels, que sempre apareceu em segundo lugar nas pesquisas e que na reta final conseguiu diminuir a vantagem para Reali, com chances reais de chegar ao segundo turno, o teor dos projetos apresentados pelos concorrentes do prefeito quase sempre se repetiu.
Foi o caso das melhorias projetadas para a saúde, em que a formulação de um novo Plano de Cargos e Salários e a consequente valorização dos profissionais da saúde foi ponto unânime no discurso de todos os prefeituráveis. A construção de AMEs (Ambulatórios Médicos de Especialidades), por parte da candidata Maridite Oliveira foi a proposta que mais destoou das demais neste sentido.
Para melhorar a educação e ampliar o atendimento das creches de Diadema, os projetos apresentados basearam-se basicamente na construção de mais equipamentos, por meio de parcerias com empresas e entidades e da ampliação do Mais Educação, projeto do governo federal que transfere renda ao município para o ensino em tempo integral.
Integração
A possibilidade da integração gratuita oferecida nos terminais de Diadema pode ser interrompida por imposição da empresa Metra, que pede R$1 por viagem para realizar a manutenção de seus equipamentos, também foi tema recorrente na fala dos prefeituráveis do município, que prometeram manter o sistema que há 20 anos não onera os munícipes.
A diferença se dá na forma com que os candidatos enxergam esta possibilidade. Lauro Michels, por exemplo, defende que Prefeitura subsidie metade deste valor, enquanto todos os outros afirmam que a questão deve ser tratada junto ao Estado, para que a cidade não seja obrigada a gastar recursos próprios.