Em seu primeiro mandato como vereadora em São Bernardo Luana Eloá (MDB) quer liderar um movimento para a criação de uma Frente Parlamentar voltada à defesa de mães atípicas na região. Ao RDtv desta segunda-feira (30/06), a emedebista apontou que entre os primeiros grandes desafios está a necessidade de uma maior conscientização da população sobre a população neurodivergente e planos efetivos para que o assunto deixe de ser uma promessa eleitoral e passe a ser realidade.
“Carlos, eu foquei muito em entender a dinâmica das políticas públicas da região do ABC paulista nos últimos seis meses, verificar o que era necessário, qual o passo que era necessário se dar para que a gente pudesse construir políticas públicas que fossem efetivas, que tivessem resultado e que alcançassem as famílias de uma forma verdadeira. Então, analisando isso, nós percebemos que a maior barreira que nós temos ainda é a conscientização, é a informação, é o treinamento, é a qualificação de profissionais, é trazer para dentro da linha de frente que atende na saúde, na educação, no lazer, na cultura, no esporte, pessoas que compreendem a neurodiversidade e saibam como atendê-los.”, diz a parlamentar.
Luana visitou nos últimos dias as câmaras de Mauá, Santo André e São Caetano para iniciar o processo de formação do grupo. A primeira ideia era ouvir parlamentares que querem enfrentar a demanda existente nas mais diversas áreas de cada município. O próximo passo é tentar reunir um grupo de representantes das sete cidades para que possam iniciar formalmente a Frente Parlamentar.

Diagnosticada como neurodivergente e mãe de um adolescente autista, Luana afirmou que já passou por diversos desafios para a aceitação de seu filho em escolas particulares e a necessidade de ações que possam ajudar este público em seu desenvolvimento.
“Na verdade, são duas questões que eu falo de educação. A primeira é, as pessoas precisam parar de olhar para nós como pessoas que não se desenvolvem. Parece que sempre vai estar estagnado naquela situação. Não. Todo mundo pode se desenvolver, todo mundo pode ter evoluções de quadra. Todos, independente de diagnóstico ou não. Nós somos… O ser humano, ele é possível esse desenvolvimento, esse crescimento.”, inicia a vereadora.
“O segundo é parar de ficar olhando a família atípica, a mãe atípica como inimiga, como aquela guerreira que só vem pra brigar, pra guerrear, pra discutir. E nós precisamos nos unir. A gente precisa dessa aliança entre família, escola, saúde. A equipe multidisciplinar que atende na saúde precisa dialogar com a educação, precisa dialogar com a família.”, continua.
Segundo dados do Censo 2022, as cidades do ABC contam com um pouco menos de 2% de pessoas diagnosticadas com o Transtorno do Espectro Autista. Em Ribeirão Pires são 1,8% da população; em São Bernardo são 1,6%; em Mauá e Santo André são 1,5% cada; em Diadema e São Caetano são 1,3% cada; e em Rio Grande da Serra são 1,2%.