
A partir desta segunda-feira (23/06), Santo André passou a utilizar uma tecnologia inovadora no combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya. O município recebeu 1.284 armadilhas inteligentes desenvolvidas pela empresa Biovec. Inicialmente, os equipamentos serão instalados nos bairros Jardim Santo André e Condomínio Maracanã, regiões que, nos últimos dez anos, registraram os maiores índices de casos dessas doenças.
A armadilha é composta por plástico resistente e utiliza água com uma isca odorífera para atrair as fêmeas do mosquito em busca de locais para depositar ovos. Ao entrar no dispositivo, o inseto entra em contato com uma gaze tratada com larvicida e fungo entomopatogênico, substâncias específicas para a eliminação do Aedes aegypti. Esse mecanismo não só elimina o mosquito, como também impede a proliferação de larvas em outros pontos da cidade.
A tecnologia se destaca por explorar o próprio comportamento do mosquito, que tende a espalhar ovos em diferentes locais. Ao sair da armadilha, o inseto transporta o larvicida nas patas e contamina outros criadouros, inclusive os pequenos e de difícil acesso. Com essa estratégia, Santo André se torna o 10º município do Estado de São Paulo a adotar o sistema.
Cada armadilha possui identificação individual por número de série e conta com um QR Code. Através da geolocalização, as equipes do Departamento de Vigilância à Saúde acompanham a localização precisa de cada unidade, o que facilita o monitoramento e o planejamento das ações de controle. Técnicos especializados realizarão manutenções bimestrais nas armadilhas, renovando os agentes ativos que garantem a eficácia do dispositivo.
Além das armadilhas principais, o projeto inclui dispositivos ovitrampas, voltados ao monitoramento da presença do mosquito na região. Essas armadilhas funcionam atraindo fêmeas para depositar ovos em uma palheta, que depois é recolhida e analisada em laboratório. A contagem dos ovos permite identificar com precisão as áreas com maior incidência do vetor e orientar de forma mais estratégica as ações de combate.
A primeira armadilha foi instalada no Jardim Santo André. Cada unidade cobre uma área entre 400 e 1.600 metros quadrados. A expectativa da administração municipal é expandir gradualmente o projeto para outros bairros, contribuindo de forma significativa para a redução dos focos do mosquito e, consequentemente, dos casos de arboviroses em toda a cidade.