
Após quatro anos de funcionamento a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Infantil, foi fechada pela prefeitura de Ribeirão Pires. Mães ouvidas pelo RD relatam que o atendimento era bom no local, elogiam os médicos e criticam a atitude de fechar o equipamento dedicado ao público infantil. A administração diz que o equipamento não era mais necessário, já que foi criado como um plano de contenção, durante a pandemia da covid-19.
Para Tatiane Paula da Costa, cujo filho é portador de uma cardiopatia chamada de Tetralogia de Fallout, diz que o atendimento na UPA Infantil era bom. “Sempre que fui a upa na parte infantil fui bem atendida quanto a isso não posso reclamar, sempre atenderam meu filho muito bem”, relata. Para ela o fechamento não foi uma boa ideia da prefeitura, principalmente neste momento entre o outono e inverno, quando há mais doenças respiratórias em circulação e que afetam muito as crianças. “Não era o momento, nem agora e nem depois, pagamos nossos impostos e o mínimo que queremos é um hospital digno”, opina.
A prefeitura diz, em nota, que com o fechamento do atendimento exclusivo infantil, que o local vai ser integrado à ala de Maternidade do Hospital São Lucas – Unidade Santa Luzia. “A Prefeitura de Ribeirão Pires, por meio da Secretaria de Saúde, esclarece que a antiga UPA Infantil foi realizada como um plano de contingência no período da pandemia da covid-19. A antiga estrutura da UPA Infantil agora passa a integrar a ala de Maternidade, que deve ser entregue em breve, no Hospital e Maternidade São Lucas – Unidade Santa Luzia”, diz o comunicado. A prefeitura acrescenta que o atendimento passa a ser único, porém com triagem separadamente da ala adulta.
Tatiane diz que misturar adultos e crianças pode aumentar a transmissão de doenças sobre tudo as respiratórias. “Não acho isso adequado, meu filho tem tetralogia de Fallout, fez a correção cirúrgica aos seis meses, hoje está com cinco anos, não seria adequado nem para ele nem para os demais, que chegam na ala adulta com garganta inflamada e pode sair com covid ou uma gripe que se transmite por estar aglomerado”.
Outra moradora, que pediu para ser identificada apenas por Daniela, conta que tem dois filhos e que o atendimento na UPA Infantil era bom. Ela classificou o fechamento como uma decisão “horrível” para a cidade. “Uma vez eu estava com meus filhos e tinha uma moça que tinha perdido o dedo e as crianças vendo aquilo, criança não precisa ver esse tipo de cena de pronto socorro. Por mais que tenha a salinha separada, fica todo mundo junto ali. Essas cenas eles não viam quando tinha a UPA Infantil do outro lado, separado seria mil vezes melhor”, sustenta.
Em abril do ano passado, quando a UPA Infantil completou três anos de funcionamento, a prefeitura divulgou que o equipamento de saúde já tinha atendido 102 mil pessoas. Na época o secretário de saúde Clóvis Volpi, elogiou o serviço. “A UPA Infantil é uma das grandes conquistas para a cidade e não medimos esforços para que preste serviços com qualidade para a população. O equipamento faz parte dos princípios do SUS (Sistema Único de Saúde), que é a universalização do atendimento e buscamos atender todos com excelência”, destacou, na época.