
Até esta quinta-feira (12/06) não houve nova proposta de reajuste salarial pelas oito empresas que atuam na área da construção civil dentro da Braskem, que fica no Polo Petroquímico de Capuava, em Santo André, e, por conta disso, a greve na petroquímica chega ao quinto dia nesta sexta-feira (13/06). Os trabalhadores querem 7,32% de reajuste, as oito empresas envolvidas ofereceram 6% e o Tribunal Regional do Trabalho propôs 6,5%, mas a negociação não avançou e cerca de 1.400 operários estão em greve. Apesar do contingente de pessoal com os braços cruzados, a Braskem informa que as atividades não foram afetadas.
A adesão à paralisação se mantém em 85% segundo o Construmob (Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Construção Civil e do Mobiliário de Santo André e região). O secretário geral do sindicato, Mauro Coelho, considera intransigente o posicionamento das empresas e também da Braskem, que, segundo ele poderiam tentar uma composição já que financeiramente falta pouco para um acordo. “As negociações continuam abertas, mas não avançaram em nada, as empresas bateram o pé nos 6% de reajuste linear, mas os trabalhadores querem um avanço, por isso resolveram continuar a greve. Essa posição das empresas é intransigente como também é a da Braskem, que poderia ajustar os contratos e facilitar essa negociação, afinal de contas há prejuízos para todos os lados; trabalhadores, as empresas do setor, a petroquímica e também o sindicato é prejudicado”, disse o sindicalista. O Construmob foi multado em R$ 150 mil pela Justiça do Trabalho e o jurídico da entidade tenta reverter essa multa.
Todas as manhãs, desde o início da semana, há assembleias na portaria da Braskem e, em votação, os trabalhadores têm decidido manter o movimento paredista. “Semana que vem vai ter o julgamento, pelo tribunal do trabalho, sobre a greve. Ainda temos alguns dias pela frente, vamos ver até onde as empresas vão aguentar essa paralisação por causa de um número tão pequeno, estamos falando de 0,82%, está muito próximo de um acordo”, disse Coelho.
São oito empresas que prestam serviços dentro da Braskem no setor da Construção Civil. São elas: Chiarelli & Wetzel, In Haus Industrial,
Manserv Montagem, Tecnosonda, Cascadura Group, Priner Serviços, Macseal Service e FM2C. O RD tentou contato com todas elas, por e-mail e ligação telefônica, mas apenas a Priner se manifestou e disse que o sindicato é que organiza a paralisação e dificulta a entrada dos trabalhadores. Em nota, a Braskem diz que quer diálogo. “A Braskem acompanha as negociações e incentiva o diálogo construtivo entre as partes envolvidas. Nossas unidades na região seguem com as operações em funcionamento”, diz o comunicado.
Recap
Enquanto não sai um acordo para por fim à greve na Braskem, também dentro do Polo Petroquímico de Capuava, outras empresas do setor da construção civil, mas que trabalham para a Recap, refinaria da Petrobras, fecharam acordo com reajuste de 7,32% de aumento nos salários, de 10% no vale alimentação, de 23% no lanche e mais 30% de majoração na PLR (Participação nos Lucros e Resultados). Segundo o secretário geral do sindicato, essa negociação traz ainda mais força para o movimento dos trabalhadores da Braskem. “Lá na Recap são 800 trabalhadores em cinco empresas, mas que fazem exatamente as mesmas funções dos que trabalham terceirizados para a Braskem, portanto, não há dúvida de que o fechamento deste acordo dá muito mais força para resolver a questão da Braskem”, completa Coelho.