No último compromisso oficial na viagem à França, antes de retornar ao Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou, nesta segunda-feira (09/06), de cerimônia de assinatura de acordo de cooperação com a Interpol, na sede da entidade em Lyon, atualmente sob o comando do brasileiro Valdecy Urquiza.
Ele foi homenageado com uma medalha pela Interpol pelo empenho do governo brasileiro no combate aos crimes transnacionais. Urquiza anunciou a criação de uma força-tarefa internacional, uma iniciativa com foco nas organizações criminosas transnacionais, sobretudo as que atuam na América do Sul, e celebrou o acordo com o Brasil.
Em discurso, Lula disse que pensou em voltar ao Brasil na noite de domingo (8) — com voz rouca e tosse —, mas afirmou que não é comum um presidente visitar a Interpol, tanto que foi a primeira vez que um presidente brasileiro visitou a sede da organização. “É motivo de orgulho — e de grande orgulho — ser recebido por outro brasileiro que chegou ao cargo mais alto da organização (Urquiza). Essa organização atua na busca de alguns dos criminosos mais perigosos do planeta. Combate o terrorismo, resgata vítimas de tráfico e exploração sexual e protege o meio ambiente. Uma das consequências perversas da globalização é a articulação de grupos criminosos para além das fronteiras. A criminalidade evolui a uma velocidade sem precedentes e exige ações multilaterais, urgentes e coordenadas.”
A visita de Lula a Lyon ocorre depois de a deputada Carla Zambelli (PL-SP) ser incluída na lista de foragidos internacionais da Interpol. Condenada a dez anos de prisão e perda do mandato, ela está na Itália.
Em seu discurso, Lula afirmou ainda que a declaração de intenções firmada nesta segunda contribui para a proteção de grupos vulneráveis e dos direitos humanos na atuação policial. “As medidas que tomamos recentemente seguem na mesma direção para tornar o Brasil e o mundo mais seguros. Ampliamos nossa rede de adidos da Polícia Federal para 34 postos nos cinco continentes. Agora, estamos presentes em todos os países da América do Sul”, disse. Para ele, fortalecer a segurança pública também significa proteger a natureza.