O cenário de litígio entre o vereador petista de Diadema Jeferson Leite e o PT ganhou um novo capítulo quinta-feira (05/06), com sua suspensão cautelar por 60 dias. Ao ser questionado sobre o que causou os problemas de relação com os colegas de partido, Leite apontou que passou a “sentir um clima de construção” de um “processo de sabotagem” contra a gestão de Taka Yamauchi (MDB), logo após o segundo turno de 2024. O parlamentar e presidente do Diretório Municipal do PT, Josa Queiroz (PT), negou qualquer situação sobre isso e cobra provas por parte de Jeferson.
Perguntado sobre o início dos problemas junto ao partido, Leite iniciou dizendo que o afastamento ocorreu após o resultado do primeiro turno das eleições do ano passado. Sem saber os motivos, alega que não foi consultado em qualquer reunião da legenda sobre a segunda etapa da eleição.
“Sempre que haviam deliberações importantes do partido eu, simplesmente, era só informado, nunca fui chamado para sentar e participar. Nem da estratégia do segundo turno, com decisões que infelizmente caminhavam para uma possível sabotagem ao governo Taka, já no início de seu governo.”, diz Jeferson.
“Então, não participei dessas discussões. Senti que havia um clima de construção desse processo de sabotagem. Não tenho provas para falar, estou falando de conversas de corredor. E que ao saber disso tentei levantar mais informações, tentei fazer alguns questionamentos e daí em diante comecei a ser excluído do processo de discussão do partido”, seguiu o vereador.

Perguntado sobre quais sabotagens, Jeferson falou sobre os uniformes escolares. “Os uniformes escolares poderiam ter sido licitados na gestão passada. Poderiam ter construído uma forma de um governo iniciar com pelo menos as informações dos alunos da rede para que o governo, ao assumir, tivesse informações concretas para dar início ao processo de compra dos uniformes e a gente não chegar no fim do primeiro semestre com as crianças sem receber os uniformes escolares”, explicou.
Josa nega qualquer tipo de sabotagem
Questionado sobre a afirmação de Jeferson Leite, o vereador Josa Queiroz negou que houvesse qualquer tipo de problema ou sabotagem por parte da gestão de José de Filippi Jr. (PT). “Se ele (Leite) fez uma afirmação dessas, ele tem de provar, pois é séria esse tipo de afirmação. Segundo, em momento algum houve qualquer tipo de ação do partido em relação ao vereador Jeferson que não fosse o de beneficiar o vereador Jeferson Leite”, disse.
Queiroz seguiu afirmando que Jeferson tinha um bom tratamento dentro do PT, e que inclusive era visto como o “filho predileto do prefeito”. “Se ele fez uma acusação dessas de sabotagem em relação aos uniformes, eu espero que ele tenha como comprovar isso, porque aí não se trata apenas de tratar como uma relação de infidelidade partidária e sim como uma acusação que ele vai ter de provar na Justiça”, completou o parlamentar.