
Os dois seguranças que estavam envolvidos na agressão a um paciente que estava em uma cadeira de rodas na recepção do Hospital de Urgências de São Bernardo, foram demitidos. O episódio de violência aconteceu na quarta-feira (21/05) e as imagens do circuito interno do hospital foram divulgadas nesta quinta-feira (22/05). A vítima é um homem de 53 anos, cujo nome não foi divulgado, e o caso é investigado pelo 1° Distrito Policial de São Bernardo.
Por volta das 3 horas da manhã, as imagens mostram um homem de camiseta e bermuda, sentado em uma cadeira de rodas, falando ao celular e gesticulando para os dois seguranças que estavam no recinto. O homem estava com um colete cervical. Em dado momento um dos seguranças se aproxima, a discussão fica mais acalorada e quando o homem tenta se levantar é empurrado e cai no chão, em seguida ele tenta se levantar e é novamente derrubado. A briga se intensifica quando o paciente se levanta e é empurrado contra uma parede e leva um chute. O paciente cai ao chão pelo menos quatro vezes. O segundo segurança nada fez para impedir o colega de agredir o paciente.
Em nota, a prefeitura de São Bernardo, disse que além da demissão dos dois seguranças, que empresa prestadora de serviços foi notificada. “A Prefeitura de São Bernardo, por meio da Secretaria de Saúde, repudia os atos de violência praticados por dois seguranças terceirizados contra um paciente no Hospital de Urgência. A empresa de segurança foi notificada, os seguranças foram desligados e serão reforçadas as orientações e treinamentos para todos os colaboradores de segurança e controladores de acesso. A Prefeitura de São Bernardo reitera que não compactua com nenhum tipo de violência e que todas as medidas administrativas estão sendo tomadas para essa triste situação não se repita e para que os envolvidos sejam exemplarmente punidos”.
O prefeito Marcelo Lima (Podemos) também falou nesta quinta-feira (22/05) sobre o episódio. “Não tem nada que possa justificar a agressão. Aquele que não estiver preparado para atender a população da forma como ela tem que ser atendida não estará no meu governo. Eles (seguranças) já foram mandados embora ontem e a empresa foi notificada e vamos atuar de forma muito rígida, vamos fazer uma denúncia formal para que sejam investigados”, disse o chefe do Executivo.
O presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de São Bernardo, Ariel de Castro Alves, diz que espera uma punição e que a ordem tenta localizar o paciente ou familiares para se colocar à disposição. “A Comissão de Direitos Humanos da repudia os atos covardes de violência cometidos por um segurança nas dependências do Hospital de Urgência de São Bernardo, conforme imagens exibidas na imprensa. Quem se dirige a um Hospital procura atendimento e acolhimento e não agressões e violência. Ao submeter uma pessoa a intenso sofrimento físico e psicológico, o autor das agressões pode responder por crime de tortura. Já o outro segurança que presenciou e nada fez diante das agressões, pode responder por omissão diante da prática de tortura, conforme prevê a lei 9455 de 1997 (lei dos crimes de tortura). A Comissão de Direitos Humanos se coloca a disposição da vítima e de seus familiares para acompanhar as investigações policiais visando a punição dos responsáveis. A Comissão também vai oficiar a prefeitura para que o contrato com a empresa de segurança que presta serviços no Hospital de Urgência seja reavaliado, para verificar como são recrutados, contratados e capacitados os seguranças”, declarou.
Em nota a Secretaria de Segurança Pública, informa que um boletim de ocorrência foi registrado através da Delegacia Eletrônica e que a investigação ficará a cargo dos policiais do 1° Distrito Policial de São Bernardo. A pasta de segurança diz ainda que diligências estão em andamento para esclarecer os fatos.
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